Porto Alegre será a primeira capital a utilizar software para mapeamento da vegetação urbana

Porto Alegre será a primeira capital a utilizar software para mapeamento da vegetação urbana

Cadastro georreferenciado das árvores existentes na malha viária irá começar no Centro Histórico e no 4º Distrito

Felipe Samuel

Por meio do aplicativo, será possível pesquisar dados coletados na cidade com avaliação de risco e automatização das recomendações de manejo arbóreo

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Um software para mapeamento da vegetação urbana é o mais novo aliado da prefeitura de Porto Alegre. A implantação do sistema tecnológico prevê a elaboração de diagnóstico da situação atual da gestão da arborização da Capital, cadastro georreferenciado das árvores existentes na malha viária (inventário), fornecimento de dados para auxiliar no planejamento e na expansão da arborização urbana da cidade, além de suporte para ações de monitoramento e fiscalização.

O projeto foi apresentado nesta terça-feira pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Porto Alegre será a primeira capital do país a utilizar a plataforma Arbolink desenvolvida pela empresa Propark, vencedora da licitação. O trabalho de coleta de dados começará em duas regiões: no Centro Histórico e no 4º Distrito. Por meio do aplicativo, será possível pesquisar dados coletados na cidade com avaliação de risco e automatização das recomendações de manejo arbóreo.

As informações ficarão armazenadas em nuvem, permitindo rastreabilidade com acesso em tempo real e dados protegidos. A empresa vai fornece licença de uso de software especializado, capacitação e treinamento de pessoal. Coordenador do projeto da Arbolink, o engenheiro agrônomo Marcelo Machado Leão, explica que a ferramenta oferece um painel de controle de gestão de dados com vários módulos, que vão reunir informações desde o viveiro municipal até a supressão e replantio.

“Porto Alegre é a primeira cidade a contar com essa plataforma”, ressalta, destacando que a plataforma já é utilizada em Piracicaba, em São Paulo, e por empresas privadas e parques. A partir do trabalho das equipes, a meta é catalogar em média 200 árvores por dia. “A ideia é fazer um plantio com critério”, reforça. Titular da Smamus, Germano Bremm afirma que a ferramenta vai auxiliar na manutenção da vegetação plantada, elaboração de estratégias para novos plantios e definição de políticas públicas.

“A nossa estratégia é ter sempre a árvore certa, no lugar certo, para ter o mínimo de interferência possível com a rede elétrica, com a rede de água, de esgoto. Com inteligência nesse processo, a gente consegue ser mais efetivo. A gente sabe da importância que é a arborização. Quando se fala em mudanças climáticas é uma realidade posta no nosso planeta”, afirma. Segundo Bremm, o plantio planejado permite atenuar os impactos do efeito estufa na cidade, que registra períodos excessivos de calor.

“A nossa expectativa é até o final do ano já conseguir extrair um relatório, um mapa de quantificação das problemáticas existentes da situação dos vegetais, especialmente nesses territórios que a gente comentou como Centro Histórico e o 4º distrito e depois replicando para o restante da cidade”, completa. Coordenadora de Arborização Urbana da Smamus, Verônica Riffel explica que o uso da ferramenta vai permitir, entre outras coisas, identificar árvores adultas e áreas de plantio, facilitando o planejamento de arborização do município.

O projeto está em fase de homologação. O próximo passo é levar os técnicos para as ruas e realizar uma força-tarefa. O contrato firmado com a empresa Propark prevê investimento de R$ 495 mil por ano. “A ideia é produzir um inventário de árvores adultos e fazer a avaliação de risco. E com isso apresentar um laudo conclusivo”, afirma. Conforme Verônica, o levantamento em outros bairros será realizado por amostragem. “O objetivo é prospectar pontos de plantio em bairros menos arborizados”, garante.


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