Porto Alegre tem maior acumulado de chuva em um dia desde janeiro de 2022

Porto Alegre tem maior acumulado de chuva em um dia desde janeiro de 2022

Capital ainda registrava diversos transtornos nesta quarta

Felipe Faleiro

publicidade

Porto Alegre ainda registrava, nesta quarta-feira, diversos transtornos em razão da chuva da tarde de ontem, que superou quase 100 milímetros em alguns pontos da Região Metropolitana, praticamente a média histórica de todo o mês de fevereiro, de acordo com informações da MetSul Meteorologia. Na Capital, foi o maior acumulado de precipitação em um dia desde janeiro de 2022, ou seja, em mais de um ano. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) registrou 86,5 milímetros em 24 horas.

Na manhã de quarta, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) contabilizava quatro vias bloqueadas por quedas de árvores. Uma delas foi a avenida Borges de Medeiros, sentido Centro-bairro, próximo a Demétrio Ribeiro, no Centro Histórico, onde, durante a chuva, uma delas caiu sobre a via, afetando o trânsito. Ela foi removida ainda nas primeiras horas de quarta-feira. Os outros locais onde vegetais caíram foram a Cel. Fernando Machado, também no Centro Histórico, Monsenhor Veras, no Santana, e avenida dos Cubanos, no Partenon.

Outras duas ruas tiveram bloqueios por poste ou fios na via, a rua dos Guenoas, no bairro Guarujá, e a Visconde do Herval, no Menino Deus. Nesta última, os fios foram derrubados por outra árvore, atingindo um automóvel em um lado da via e quase acertando outro, no sentido oposto. Ainda hoje pela manhã, moradores já contabilizavam 18 horas sem energia elétrica, já que a chuva forte iniciou por volta das 15h30min. A aposentada Odete Ferreira não permaneceu em casa, indo para o Litoral depois da falta de luz.

“Já havíamos aberto diversos protocolos à Prefeitura, para que houvesse o corte desta árvore, mas nada foi feito. Temíamos que o pior acontecesse, e aconteceu mesmo”, comentou ela. Cuidando da casa de Odete, estava a diarista Geneci Martins dos Santos, moradora do bairro Agronomia, que há décadas trabalha com a família da aposentada. “Estou utilizando lanternas para encontrar as coisas na geladeira e outros lugares”, disse Geneci.

Ao todo, 18 árvores caíram por Porto Alegre, de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb), e houve duas ocorrências de desabamentos de residência no bairro Restinga, segundo a Defesa Civil do município. Não houve feridos, e os moradores foram encaminhados para a subprefeitura local. Na recepção do Hospital de Pronto Socorro (HPS), houve o deslocamento de parte da cobertura, causando entrada de água no local. No entanto, os atendimentos foram mantidos normalmente.

Conforme a CEEE Grupo Equatorial, não havia estimativa de número de pontos atingidos pela falta de luz, porém ela atingiu moradores de 14 bairros da Capital, onde houve o maior número de ocorrências: Petrópolis, Passo das Pedras, Partenon, Belém Novo, Azenha, Rio Branco, Santa Teresa, Hípica, Cristal, Moinhos de Vento, Jardim Botânico, Restinga, Menino Deus e Higienópolis. Na noite de terça-feira, agentes do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM) realizaram o salvamento de um casal em situação de rua que costumava dormir nas proximidades do Arroio Dilúvio, em uma ponte entre as avenidas Ipiranga e Azenha.

Em função das fortes chuvas, o nível do curso d’água subiu rapidamente, fazendo com que ambos fossem surpreendidos e se abrigassem em uma tubulação. Pessoas que passavam pelo local ouviram os gritos de socorro de ambos e acionaram o telefone 190. Duas viaturas e uma dupla de motociclistas foram enviados para proceder com o resgate. O Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) foi chamado para o auxílio. Ambos foram retirados do local, passam bem e não necessitaram de atendimento médico.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895