Porto Alegre ultrapassa 200 escorpiões amarelos capturados e visualizados

Porto Alegre ultrapassa 200 escorpiões amarelos capturados e visualizados

Orientação é que as pessoas que observarem o aracnídeo entre em contato com a prefeitura pelo telefone 156 para informar onde ocorreu a visualização

Correio do Povo

Ao todo, 40 escorpiões amarelos foram capturados e cinco foram visualizados, mas conseguiram fugir dos agentes

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Agentes da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, acompanhados por agentes de combate a endemias e profissionais do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), capturaram na noite desta quarta-feira mais 40 escorpiões amarelos na região da praça Dom Feliciano, no Centro Histórico da Capital. Com os aracnídeos encontrados, a cidade ultrapassa os 200 capturados e visualizados em quatro ações realizadas desde o início do ano.

Os nove agentes e os dois servidores do Dmae abriram, em cerca de menos de uma hora e meia, 34 locais como tampas de bueiros, caixas com fios e fizeram uma busca minuciosa utilizando lanternas com luz ultravioleta atrás dos escorpiões. Na quarta ação de 2023, o trajeto foi menor devido a problemas técnicos, mas, além dos capturados, outros oito foram encontrados mortos e cinco foram apenas visualizados, mas acabaram fugindo.

“O alimento base do escorpião é a barata. Então, para evitar o aracnídeo, a casa precisa estar higienizada. Ralos com telas milimétricas e pias com tampas são necessárias, pois ele anda em todas as tubulações, como a de água, a elétrica, o esgoto e a de telefonia. Ele se desloca onde houver uma fresta. Soleira nas portas e telas milimétricas na janela também são importantes. Não manter acúmulo de entulhos em casa e manter sempre limpo o pátio também são necessários. E os lixos precisam sempre estar fechados”, destacou Luis Fernando Lopes, agente de combate a endemias.

Centro Histórico de Porto Alegre é o local com maior número de capturas, mas os escorpiões amarelos são observados em outros bairros da Capital - Foto: Mauro Schaefer

Como não existe veneno específico para escorpião, a eliminação é toda mecânica (feita manualmente). Os especialistas pedem que todo cidadão que visualizar o aracnídeo entre em contato com o telefone 156 para informar o local da ocorrência. “É importante para a gente ter a noção para onde ele está se deslocando e criando novos ninhos. Após falar que viu o escorpião amarelo, a fiscalização ambiental vai até a residência, tenta encontrar o animal e passa orientações”, ressaltou.

Desde 2001, o escorpião amarelo é encontrado na cidade e, desde então, se espalhou por algumas regiões. O Centro Histórico é o local com o maior número de visualizações e capturas. Na última semana, um funcionário de um prédio da Rua dos Andradas acabou picado e teve que ser levado as pressas para o Hospital de Pronto Socorro, local indicado para levar a pessoa que sofreu o acidente.

“Os sintomas da picada variam de pessoa para pessoa. Pode picar e não aparecer nenhum sinal. Então, se a criança for picada, não visualizou o animal que foi, mas foi nas regiões citadas e está com dor, é necessário levá-la até o HPS e dizer que mora em uma região infestada. Eles vão analisar a necessidade do soro”, afirmou Lopes.

Agentes da Vigilância em Saúde e agentes de combate a endemias utilizam uma luz ultravioleta que deixa os escorpiões brilhantes para facilitar as buscas - Foto: Mauro Schaefer

“Em menos de um mês, observamos seis escorpiões. A maioria na calçada, mas um chegou a subir a escada e tentou entrar no prédio”, revelou Luis André da Silva, porteiro do edifício onde o colega sofreu o acidente na Andradas.

No total, desde janeiro, além deste caso, mais uma ocorrência foi registrada no Centro, dois no bairro Mario Quintana e um no Anchieta, na Ceasa. Além destes três locais, já foram localizados escorpiões no Menino Deus, Passo D'Areia e Lomba do Pinheiro.

O bairro Centro Histórico foi o que mais registrou notificação de visualizações e capturas do animal à Diretoria de Vigilância em Saúde em 2022: das 452 capturas realizadas, 323 foram no Centro. Entre janeiro e março do ano passado, apenas 80 foram encontrados. As ações devem ocorrer durante todo o ano mensalmente.


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