Portos RS apresenta situação de hidrovias afetadas pela enchente de 2024
O presidente da empresa pública, Cristiano Klinger também falou sobre o avanço no processo de dragagem dos canais gaúchos

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A enchente de maio de 2024 prejudicou o Rio Grande do Sul em vários setores, quando a maioria das cidades tiveram os mais diversos problemas e a navegação não foi diferente. Nesta semana, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger apresentou os avanços nas obras de dragagem e a situação atual dos projetos de recuperação das hidrovias do Estado. A apresentação ocorreu durante a 6ª reunião da Gestão 2024/2027 do Grupo Temático de Logística do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (COINFRA /FIERGS).
O investimento total nas dragagens anunciado em dezembro é de R$ 731 milhões. Com o dinheiro estão sendo executados serviços de batimetria e dragagem em mais de 320 quilômetros de hidrovias interiores, além de aproximadamente 40 quilômetros de canais na área portuária de Rio Grande e do seu canal de acesso.
A dragagem de Itapuã já foi concluída. No local, antes da melhoria, navios chegaram a encalhar. Já a dragagem dos canais de Pedras Brancas e Leitão segue sendo realizada com a utilização de cinco dragas e deve ser concluída até o final de 2025. A previsão é que as obras de dragagem nos canais São Gonçalo e Furadinho iniciem até julho e sejam concluídas no segundo semestre.
A Portos RS também prevê a execução da dragagem do canal de acesso ao Porto do Rio Grande. Para isso, os projetos e licenciamento para a execução da obra estão em elaboração. A licitação deve ocorrer ainda neste semestre. Até o próximo dia 31, a empresa pública já deve ter concluído os chamados levantamentos primitivos de todos os canais de acesso. Também foi apresentado o Programa Estratégico de Reconstrução I, financiado com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS), que prevê a aplicação de R$731,4 milhões para a reconstrução de infraestruturas terrestres e náuticas. A iniciativa contempla, entre outras ações, a dragagem do Canal do Porto do Rio Grande com orçamento de R$ 437 milhões e prazo de execução de dezoito meses, e a dragagem dos canais de navegação interior - Lagoas dos Patos e Guaíba -, com recursos de R$ 254 milhões para um prazo de vinte e quatro meses. Também estão previstos investimentos de R$40 milhões em projetos de infraestrutura elétrica e controle de acesso no Porto de Porto Alegre.
Ele reforçou que a recuperação das hidrovias representa não apenas a reconstrução de estruturas, mas também uma oportunidade estratégica para fortalecer a logística integrada e o desenvolvimento econômico regional, colocando o sistema hidroviário gaúcho em condições de eficiência e segurança para os próximos anos. Klinger destacou a relevância da articulação para garantir a captação dos recursos destinados à recuperação da infraestrutura portuária e retomada da navegabilidade nos canais. "Isso foi fundamental para viabilizar os investimentos necessários garantindo a retomada da navegabilidade e o escoamento da produção", destaca.
Desde 2022 já foram investidos R$ 313,4 milhões na dragagem. O valor considera os aportes emergenciais após a enchente e a dragagem de manutenção no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, que atualizou o calado para 14,2 metros.
Ele também apresentou o planejamento das próximas etapas, que incluem a licitação do lote 3, com mais 8 canais da hidrovia, e a intervenção na hidrovia do canal de Rio Grande, além do contrato de serviços de sinalização náutica, com investimento previsto de R$12 milhões por ano.
Durante a enchente o Porto de Porto Alegre ficou inoperante por dois meses, já o de Pelotas por 15 dias. O Porto do Rio Grande continuou com suas atividades regulares, o que foi considerado essencial para assegurar o abastecimento logístico no período da crise climática.
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