Postos de combustíveis de Uruguaiana sofrem com a concorrência da gasolina da vizinha Paso de lo Libres – Argentina

Postos de combustíveis de Uruguaiana sofrem com a concorrência da gasolina da vizinha Paso de lo Libres – Argentina

O comércio uruguaianense sente no caixa a disparidade cambial Real x Peso

Fred Marcovici

Postos de combustíveis de Uruguaiana vivem forte concorrência da gasolina argentina

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Nem mesmo a imensa quantidade de buracos existentes na Ponte Internacional que liga Uruguaiana a vizinha cidade argentina de Paso de los Libres inibe os condutores uruguaianenses a fazerem a travessia em busca de uma gasolina, consideravelmente, mais barata do que os valores praticados do lado brasileiro.

Um litro de nafta (gasolina) do lado “hermano” oscila entre P$ 670,00 a P$ 740,00 o que representa em reais R$ 3,48 a R$ 3,84 o litro, considerando a moeda argentina cotada a R$ 0,0052 ou R$ 5,20 para cada mil pesos.

Uma economia variável de R$ 1,84 a R$ 2,20 por litro. Alguns postos librenhos limitam em cotas o fornecimento a brasileiros.

Levando-se em consideração um tanque de 45 litros, o saldo positivo para outras compras nos supermercados correntinos é de no mínimo R$ 82,80 podendo alcançar R$ 99,00.

Na lista de itens adquiridos em Libres estão, entre outros, as massas, vinhos e espumantes (16 garrafas/mês), sorvetes, produtos de limpeza e higiene.

No setor de combustíveis o empresário local, Olívio (Chico) de Oliveira Filho, com três postos dos 13 existentes no município, lamenta a concorrência predatória iniciada em 2001 e, desde então, – exceto um breve período em 2011, tem consumido qualquer chance de manutenção de superávit na venda de gasolina, principalmente. As vendas caíram ao menos 50%. O número de funcionários da rede foi reduzido em dois terços (de 60 para 20).

Já Mauriane Braga, gerente de supermercados em Uruguaiana, salienta que o comércio de carne (mesmo sendo proibido o ingresso do produto no Brasil), material de limpeza e também de higiene sofreram uma redução média nas vendas de 40%, provocada pela disparidade cambial existente.

Mauriane, porém, destacou, que após as medidas adotadas pelo novo governo, que fizeram muitos preços dispararem do lado vizinho, o segmento apresentou moderada reação, ainda assim, distante do ideal, conclui.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895