Prefeito de Bento Gonçalves diz que é preciso defender a cadeia do vinho

Prefeito de Bento Gonçalves diz que é preciso defender a cadeia do vinho

Diogo Siqueira afirma que caso análogo à escravidão na Serra é fato isolado

Felipe Samuel

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Duas semanas após o resgate de mais de 200 o número de trabalhadores nordestinos em condições análogas à escravidão na Serra, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, afirmou que é preciso iniciar uma campanha de valorização da produção do vinho. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta quinta-feira, Siqueira destacou que o fato envolvendo a empresa terceirizada representa um caso isolado e cobrou apoio do governo do Estado ao setor.

Ao garantir que a prefeitura vai aumentar a fiscalização de alojamentos, ele lembrou que 20 mil famílias vivem da produção rural em propriedades pequenas. “São famílias que trabalham muito, que criaram a indústria do vinho, da uva, e isso nos enche de orgulho. Precisamos defender a nossa produção”, sustentou. Apesar de reconhecer que a empresa terceirizada não “cumpriu com o que deveria ter cumprido” e cometeu “erro gravíssimo”, Siqueira salientou que as críticas não podem ser generalizadas.

Ao lembrar que participou de reuniões com secretários de Estado para tratar do assunto, Siqueira destacou que é um problema complexo. “Temos que resolver um problema de cada vez e defender a Serra gaúcha. É preciso que o governo entenda que a Serra faz parte do Rio Grande do Sul, esteja junto da Serra, defenda nossos agricultores e a história das novas empresas. É o que a gente está fazendo”, completou. Em casa, faço minha parte e sempre abro uma garrafa de vinho”, afirmou. 

Por conta do episódio na Serra, o prefeito reconheceu que existem campanhas de boicote aos vinhos produzidos no Estado. “Mas também existe campanhas em defesa do nosso vinho”, observou, acrescentando que há questões envolvendo política e concorrência. Conforme Siqueira, a empresa terceirizada cobrava R$ 6 mil por mês por cada funcionário, valor que deveria envolver alojamento e logística. “Foi um fato isolado, que a gente repudia, mas a gente precisa defender o agricultor e a cadeia produtiva do vinho”, afirmou.


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