Prefeitos da Amzop decidem não assinar aditivo contratual proposto pela Corsan

Prefeitos da Amzop decidem não assinar aditivo contratual proposto pela Corsan

Entidade composta na sua maioria por pequenos municípios, demonstraram ter muitas dúvidas

Agostinho Piovesan

Prefeitos da Amzop querem ampliar as discussões a respeito do projeto de privatização da Corsan

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Os prefeitos da Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop), reunidos em assembleia nessa quinta-feira, em Seberi, no Norte do Rio Grande do Sul, firmaram posição conjunta de não assinar o aditivo contratual proposto pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Segundo o presidente da Amzop e prefeito de São Pedro das Missões, Antônio Ferreira da Silva, o encontro foi importante para contribuir com o debate e sanar as dúvidas dos gestores sobre o novo marco regulatório e a possível venda da companhia de saneamento gaúcha. “Percebemos que os 43 gestores municipais têm muitas dúvidas e querem mais tempo para se posicionar a respeito de um tema tão importante e que diz respeito a toda a comunidade do Rio Grande do Sul”, disse.

O prefeito de Palmeira das Missões, Evandro Massing, citou o relatório da Corsan, de 2020, onde diz que a companhia tem 96% da cobertura de água nos municípios e 17,6% de esgoto e que o marco regulatório vai até 2033. “Não há razão de apressar as coisas e sabemos que a Corsan é superavitária, sendo que no caso de Palmeira das Missões arrecada anualmente R$ 14 milhões e garante um lucro extraoficial de R$ 6 milhões”, afirma.

O prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso, endossa a posição dos demais colegas e afirma que neste tema os municípios devem estar na linha de frente das discussões. “No nosso município, sabemos extraoficialmente, que a Corsan arrecada R$ 13 milhões e tem um lucro superior a R$ 5 milhões”, detalha por ano.

Os prefeitos da Amzop, entidade composta na sua maioria por pequenos municípios, demonstraram ter muitas dúvidas. “Como se dá o projeto de privatização e de regionalização?”, indica o presidente da Amzop. “Os gestores precisam de amparo técnico e jurídico para que possam tomar qualquer decisão”, observa.

No encontro, os prefeitos discutiram questões relacionadas às medidas restritivas neste período de pandemia do Covid-19. “Ocorrem flexibilizações, mas os prefeitos estão atentos quanto aos protocolos a fim de evitar a propagação do coronavírus”, afirmou.


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