Prefeitos do Vale do Rio Pardo apertam os cintos

Prefeitos do Vale do Rio Pardo apertam os cintos

Municípios adotam medidas para reduzir gastos e tentar fechar as contas sem déficit

Otto Tesche

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Com a corda no pescoço diante das dificuldades financeiras, os prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) vão apertar os cintos para tentar fechar as contas sem déficit no fim do ano. A queda nas receitas e o aumento nos compromissos ameaça até mesmo o pagamento dos salários dos servidores. O prefeito de Vale do Sol e presidente da Amvarp, Maiquel Silva, afirma que a situação chegou a um ponto crítico. Entre as principais medidas que serão adotadas estão o corte de diárias e horas extras, demissões de cargos de confiança, rompimento de contratos de servidores não concursados, adoção do turno único nas prefeituras e contingência nos gastos com a manutenção e compra de combustíveis para veículos e maquinário pesado. O anúncio ocorreu na semana passada.

A Amvarp encaminhará documento à Famurs com as medidas e os critérios adotados pelos gestores dos 15 municípios. Silva destaca que as medidas foram definidas em conjunto pelos prefeitos durante assembleia. Dados da área de receitas municipais apontam que houve queda no repasse do ICMS de 0,3% este ano em relação ao projetado no Estado, o que representa a perda de R$ 71 milhões. Silva observa que houve redução de R$ 1 milhão nos repasses este ano em relação ao projetado para Vale do Sol. A perspectiva para o próximo ano também é pessimista. Conforme Silva, Vale do Sol terá queda de 2% no índice de retorno do ICMS. “Isso representa R$ 130 mil, o que pode parecer pouco, mas tem grande representatividade para um município pequeno."

As medidas anunciadas para reduzir as despesas não deverão parar os serviços essenciais. No entanto, devem afetar a qualidade de algumas atividades. Essencial para o escoamento da safra de tabaco e para o início de plantio da soja, arroz e outras culturas, os prefeitos não pretendem deixar de lado a manutenção da malha viária. Mas o prefeito de Candelária, Paulo Buztge, afirma que não será possível fazer o trabalho na mesma intensidade. “Em locais onde a patrola passava uma vez por semana, por exemplo, ela deve ir apenas uma vez por mês”, explica. 

Correio do Povo
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