Prefeitura apresenta solução de R$ 31 milhões para resolver alagamentos em bairro de Porto Alegre

Prefeitura apresenta solução de R$ 31 milhões para resolver alagamentos em bairro de Porto Alegre

Moradores do bairro Praia de Belas, na região Central, relatam problemas com alagamentos e retorno da vazão da tubulação pluvial

Rodrigo Thiel

Diretor-geral do DMAE, Maurício Loss, apresentou detalhes do plano de R$ 31 milhões para solucionar problemas de alagamentos no bairro Praia de Belas

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Um encontro entre moradores e empresários do bairro Praia de Belas com a Prefeitura, realizado na noite desta quinta-feira, serviu para a apresentação de um plano para resolver problemas de alagamentos na região. Conforme o relato de quem vive no local, o principal transtorno é a sobrecarga da tubulação pluvial.

Quando o Guaíba fica cheio e chove em alta intensidade na região, o sistema da região não consegue dar vazão, voltando água e esgoto para dentro dos imóveis. Aos moradores do Praia de Belas, a Prefeitura apresentou uma solução com investimento previsto em R$ 31 milhões, que compreende uma nova galeria no sistema da região.

A reunião ocorreu na churrascaria Garcias e contou com a participação do prefeito Sebastião Melo e representantes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Defesa Civil Municipal, Subprefeitura da região Centro e secretarias de Serviços Urbanos e Desenvolvimento Social.

Conforme o prefeito Melo, a drenagem urbana é um dos principais desafios da região e que Porto Alegre precisaria investir mais de R$ 5 bilhões para resolver os problemas do sistema de macrodrenagem. “Esta é uma região descoberta de cheias. Talvez dê para fazer uma pequena cirurgia. Uma obra de macrodrenagem é algo pesado, e ainda é necessário definir se ela vai ocorrer pela avenida Ipiranga ou por outra via”, apontou.

O diretor-geral do DMAE, Maurício Loss, apresentou aos moradores a realidade topográfica da região e os problemas enfrentados com o nível do Guaíba em 2023, apontado como fator que intensificou as inundações. Segundo ele, o departamento tem realizado limpezas na rede pluvial. Loss também detalhou o plano para resolver os problemas de alagamentos no Praia de Belas.

“Nós temos uma solução que seria fazer uma ligação dessa região para a Casa de Bombas nº15. Precisaríamos fazer uma galeria de um 1,5m por 1,5m por cerca de 800 metros. Além disso, precisaríamos ampliar a Casa de Bombas nº 15, pois ela já opera no limite. O traçado da obra seria pela rua 17 de Junho ou pela avenida Ipiranga, que aí seria um grande transtorno”, anunciou.

Loss também ressaltou que o DMAE fará um estudo para analisar a possibilidade de uma “solução paliativa”, que consistiria em um extravasor para direcionar a água para a Casa de Bombas nº 16. “Essa avaliação vai ser feita nos próximos dias já para que a gente consiga ajudar momentaneamente, enquanto a Prefeitura busca recursos para a obra”, completou Loss.

Em setembro de 2023, a rua Ismael Chaves Barcelos, no bairro Praia de Belas, registrou forte alagamento em função do retorno da rede pluvial | Foto: Rodrigo Thiel/Especial/CP

Moradores pedem por mais limpeza no sistema pluvial

Após a apresentação, representantes de moradores da região falaram sobre a necessidade de realizar limpezas com maior frequência no sistema de drenagem do bairro. Nedi Piovezani, proprietário da churrascaria Garcias, localizada na avenida Praia de Belas, apontou que isso facilitaria na vazão da água quando a capital sofrer com temporais e chuvaradas. “Nós levantamos a churrascaria em 80 centímetros por causa dos alagamentos. Quanto chovia, voltava tudo. Tem que ter um projeto de limpeza, pois estamos à mercê de novos temporais e alagar tudo de novo. Só que ficar 15 dias alagados é muito tempo”, ressaltou o empresário.

Vinícius Duarte, síndico do edifício Pioneiro, na rua Ismael Chaves Barcelos, apontou também a necessidade de esclarecimentos do DMAE para que o próprio condomínio possa investir para evitar alagamentos. “A água retorna por conta de bueiros da rua direto para dentro do prédio. Entramos em contato com o DMAE para verificar a viabilidade do que o condomínio poderia fazer e desde lá não houve conversa”, lamentou.

O diretor-geral da autarquia, Maurício Loss, afirmou que a solicitação dos moradores será estudada pelo DMAE. Além disso, representantes do departamento reforçaram que o bairro possui muitos prédios com pavimentos abaixo do nível da rua. Outros moradores da região também citaram a perda do valor venal dos imóveis como transtornos relacionados com os constantes alagamentos.


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