Prefeitura de Campo Bom pode romper contrato com a gestora do Hospital Lauro Réus

Prefeitura de Campo Bom pode romper contrato com a gestora do Hospital Lauro Réus

Contrato vigente entre o Executivo e a instituição se encerra em março de 2025

Fernanda Bassôa

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A Prefeitura de Campo Bom anunciou que trabalha com a possibilidade de mudanças na administração da gestão dos serviços de saúde do Hospital Lauro Reus. Entretanto, o Executivo não detalhou as motivações que levaram o governo municipal a buscar tal alternativa.

Procurada, a direção da Associação Beneficente São Miguel (ABSM), que gerencia o Hospital Lauro Reus, informou, em nota, que tomou conhecimento pela imprensa que o município cogita a troca da gestão, mesmo com contrato vigente até o mês de março de 2025, fruto de um processo licitatório nos termos da lei.

Informou, ainda, que o fato causa estranheza, preocupação e insegurança jurídica da gestora e consequentemente dos colaboradores e prestadores de serviços médicos, gerando clima de apreensão que pode vir a refletir na prestação de serviços, e manifesta seu desejo de permanecer à frente da gestão do Hospital de Campo Bom, executando de forma plena o contrato vigente com o município.

A direção ponderou ainda que “é fato público e notório que a pandemia provocada pelo vírus da Covid-19 alterou, influenciou e desequilibrou economicamente o referido contrato de prestação de serviços, o que gerou perdas significativas já reconhecidas pela Prefeitura de Campo Bom, ora contratante dos serviços. A São Miguel operando com sua capacidade instalada com 100% pelo SUS, e sem receber do município o que efetivamente gastou, gerou um desequilíbrio econômico e financeiro do contrato. E, por isso, teve que priorizar a folha de pagamento de funcionários e dos médicos, sempre pagos rigorosamente em dia. Hoje, a Associação beneficente São Miguel está com a situação fiscal regular perante os órgãos arrecadatórios de impostos, tributos e taxas, e vem buscando negociar e regularizar eventuais débitos com fornecedores que geraram títulos protestados.”

Ao contrário do que informou a atual gestora do hospital, a prefeitura pondera que o fato já foi informado à Associação Beneficente São Miguel. “No entanto, como se trata de um processo que envolve diversas etapas, não temos como passar mais informações no momento. Assim que tivermos uma resolução, tudo será informado com a maior transparência possível, como sempre foi a gestão dessa Administração’’, conclui a nota da Administração municipal.

Em março de 2021, ainda durante a pandemia, seis pessoas morreram após constatada uma pane que culminou na falta de oxigênio no hospital. O relatório final da Sindicância aberta pela instituição de saúde na época apurou que a falta do reabastecimento do oxigênio líquido aconteceu por parte do fornecedor. 


Correio do Povo
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