Prefeitura de Passo Fundo oferece abrigo a pessoas em situação de rua

Prefeitura de Passo Fundo oferece abrigo a pessoas em situação de rua

Das 30 vagas ofertadas pela casa de passagem do município, apenas nove estão ocupadas

Agostinho Piovesan

Prefeitura estima que o município conta com 60 pessoas em situação de rua

publicidade

A Administração Municipal de Passo Fundo, no Norte do Estado, intensifica o trabalho que visa localizar pessoas de rua e direcioná-las para a casa de passagem. A iniciativa do serviço de abordagem da Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS) leva em conta as baixas temperaturas e a necessidade de garantir condições de vida a essa camada da população em situação de vulnerabilidade social.

Segundo o secretário de Assistência Social, Saul Spinelli, o objetivo central da ação é direcionar os moradores à casa de passagem. “Estamos mobilizados para sensibilizar essas pessoas em função do frio, sendo que temos 30 vagas em nossa casa de passagem, que é o albergue, e somente nove delas estão ocupadas”, disse.

Spinelli informou que na última terça-feira, em uma das noites mais frias do inverno, as equipes percorreram a cidade para conversar com as pessoas em situação de rua, no entanto nenhum dos moradores aceitou o convite para pernoitar e realizar refeições na casa de passagem. Como uma forma de ajudá-las na superação do frio, as equipes distribuíram cobertores. “Todas as pessoas são mapeadas e o trabalho de abordagem é permanente, efetuado durante a noite e também o dia, contando com a Assistência Social e a secretaria de Saúde”, afirma.

A SEMCAS informou que a abordagem às pessoas em situação de rua é especificada no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e, em Passo Fundo, ocorre durante 24h. Com a perspectiva da garantia de direitos, o serviço tem como foco identificar as necessidades imediatas dessa população, incluindo-a na rede de serviços socioassistenciais e políticas públicas.

Saul afirma que o trabalho é amplo, pois envolve, além do atendimento inicial e do reconhecimento das carências individuais de cada sujeito, uma série de outras etapas para que ele supere a condição. “Ao entrar uma vez na rede de atendimento o indivíduo é acolhido, mapeado pelas equipes de abordagem e estimulado a ingressar nas demais etapas de assistência”, detalha.

A secretária-adjunta de Cidadania e Assistência Social, Elenir Chapuis, disse que, além da abordagem, o município conta com dois espaços necessários no atendimento dessa população - a casa de passagem e o centro POP. “Passo Fundo é um dos poucos municípios do país que têm a oferta dos três serviços, que integram a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais”, garante.

Elenir informou que o Centro POP Júlio Rosa é a porta de entrada para a assistência. No local, as pessoas são auxiliadas no encaminhamento de documentos, passam por atendimento psicológico, direcionadas para a casa de passagem, incentivadas a realizar tratamentos de saúde e reabilitação da dependência química e reaproximadas das suas famílias. No local, os moradores têm acesso a banhos, roupas limpas e alimentação.

Elenir disse em relação à casa de passagem, que recentemente passou por qualificação estrutural, viabiliza pernoites e refeições. Ela corresponde a um espaço seguro para que os usuários da rede possam permanecer durante as noites. Ela afirma que o município tem um olhar específico e criterioso à população de rua, atendendo às demandas pontuais. “Todas essas pessoas são acompanhadas, sendo que desde o início da pandemia, por exemplo, ofertamos máscaras, álcool gel e testes de Covid-19 e, recentemente, mais de 40 delas foram vacinadas contra a doença”, cita.

Segundo levantamento da prefeitura, atualmente, cerca de 60 pessoas estão em situação de rua em Passo Fundo. Mais de 20 delas são de outros municípios do Norte do Estado. As famílias das pessoas de rua são contatadas para que possam auxiliar a Assistência Social no trabalho de reconstrução de vínculos e retorno às suas casas.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895