Prefeitura de Porto Alegre apresenta balanço financeiro dos últimos meses de 2024 na Câmara Municipal

Prefeitura de Porto Alegre apresenta balanço financeiro dos últimos meses de 2024 na Câmara Municipal

Prestação de contas destacou o impacto das despesas extraordinárias da enchente de maio nas contas públicas

Correio do Povo

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A Secretária Municipal da Fazenda de Porto Alegre apresentou, nesta terça-feira, 18, na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) da Câmara Municipal de Porto Alegre, o balanço financeiro referente ao terceiro quadrimestre de 2024, que consolida o ano. A prestação de contas destacou o impacto da enchente de maio sobre as finanças públicas e o esforço para fazer frente às despesas extraordinárias que surgiram com a catástrofe.

“Vínhamos apresentando bons anos de equilíbrio nas finanças, mas a calamidade mudou este cenário. Tivemos que agir rapidamente para fazer frente às demandas extraordinárias e isso refletiu nas nossas contas”, destacou a secretária Ana Pellini.

O total de prejuízos com a calamidade soma R$ 801 milhões, sendo R$ 589 milhões em despesas e R$ 212 milhões em renúncias envolvendo Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e suspensão da cobrança de água pelo Dmae. Deste total, menos de 30% teve aporte da União e Estado. Foram R$ 201 milhões repassados pela União, R$ 29 milhões pelo Estado e R$ 2 milhões em doações.

Receitas - A receita total do município fechou o ano em R$ 10.032 bilhões, desconsiderando as receitas intraorçamentárias, que são movimentações entre os órgãos. Destas, R$ 208 milhões foram receitas de Capital. Em relação às receitas tributárias, o ISS segue como principal fonte, fechando o ano com arrecadação total de 1,7 bilhão, com variação de 6,7% em relação ao ano anterior. Da mesma forma, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), que apresentou crescimento de 16,1%. Ambos os casos são em decorrência do aumento da procura por serviços durante e pós a calamidade.

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O IPTU teve queda de 1,7%, reflexo dos benefícios fiscais concedidos em razão da calamidade. O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) registrou redução de 1,8%, resultado da diminuição das negociações de imóveis no período da enchente. Já nas transferências, o ICMS teve incremento de 6,8%, enquanto o IPVA subiu 5,6%. Já o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) sofreu queda de 8,6%, em virtude da diminuição populacional apontada pelo Censo de 2022.

Despesas - Os gastos somaram no ano R$ 9.894 bilhões, sendo a saúde a principal alocação de recursos, com R$ 3,15 bilhões, seguida de previdência, com 1,98 bilhão. Os investimentos realizados com recursos de impostos e transferências tributárias somaram R$ 530 milhões, sendo R$ 56 milhões voltados diretamente ao enfrentamento da calamidade. Além disso, foram mantidos aportes importantes em saúde, educação, mobilidade e infraestrutura urbana. A aplicação de recursos em saúde alcançou 20,08% das receitas, acima do mínimo constitucional de 15%. Em educação, o índice foi de 26,94%, também acima do mínimo de 25%.

As receitas do Tesouro Municipal ficaram em R$ 7.278 bilhões, enquanto as despesas em R$ 7.421 bilhões, resultando em déficit de R$ 143 milhões. O Dmae, que historicamente apresentava superávits, também teve déficit, no valor de R$ 287 milhões, já que foi uma das áreas mais impactadas pelas chuvas, totalizando R$ 430 milhões em déficit. Já o resultado orçamentário consolidado, que leva em conta também os recursos do Previmpa e outras cifras vinculadas, ou seja, que não são de livre aplicação, fechou o ano com superávit de R$ 129 milhões.


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