Prefeitura de Porto Alegre avalia documentos para contrato de demolição do Esqueletão

Prefeitura de Porto Alegre avalia documentos para contrato de demolição do Esqueletão

Sem novidades desde agosto, processo ainda será lançado para escolher empresa que fará os trabalhos

Felipe Faleiro

Edifício com 19 andares foi construído na década de 1950 e nunca foi concluído

publicidade

A Prefeitura de Porto Alegre está avaliando a documentação do futuro contrato de demolição do Edifício XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, que será demolido em operação mista. As informações são da Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE). Esta etapa ainda não tem prazo para ser finalizada. Em agosto, o prefeito Sebastião Melo havia anunciado que este havia sido o modelo escolhido para execução dos trabalhos no prédio, que tem 19 andares e está localizado no coração do Centro Histórico, na rua Marechal Floriano Peixoto.

É antigo o trâmite da demolição do edifício, construído na década de 1950 pela Sociedade Brasileira de Construção, porém nunca concluído. Ainda em 1988, o local foi parcialmente interditado pela Justiça, em processo favorável à Prefeitura. Em 2003, a Administração entrou com ação pedindo a finalização do prédio. Ela foi concluída em 2005, com o cumprimento de nova interdição. Ao longo dos anos, houve novas tratativas, com a adesão de órgãos como o Ministério Público (MPRS) e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Este, por sua vez, autorizou a demolição em abril deste ano. O custo para execução do modelo misto é estimado pela Administração em R$ 3,9 milhões, em um prazo de 120 dias. O laudo e as análises técnicas que subsidiaram a escolha deste formato foram feitas pelo Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), considerando eventuais riscos aos prédios próximos, por exemplo. 

Os trabalhos custaram R$ 254,9 mil. A Prefeitura afirma que, a partir dos resultados do laudo, constatou-se que o método é mais seguro, a execução mais rápida e a tecnologia já está consolidada no mercado. A demolição do Esqueletão, prédio com mais de 13 mil metros quadrados, deverá ser manual em nove andares, por meio do uso de ferramentas como marteletes, talhadeiras e ponteiros, e mecânico, com máquinas e equipamentos pesados. 

Depois, os andares remanescentes serão implodidos com explosivos. Além da SMPAE, atua no projeto a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi). Após a demolição, o projeto também prevê o gerenciamento dos resíduos resultantes da demolição e da implosão. Até 2021, quando foi cumprida a ordem de desocupação, o prédio era ocupado por comerciantes que mantinham suas lojas no local, bem como demais inquilinos, e a avaliação é de que o mesmo ainda apresenta riscos estruturais aos frequentadores da área.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895