Prefeitura de Porto Alegre faz força-tarefa em cemitérios após detecção de focos do mosquito da dengue

Prefeitura de Porto Alegre faz força-tarefa em cemitérios após detecção de focos do mosquito da dengue

No Cemitério Municipal São João, no IAPI, recipientes foram vistos acumulando água parada

Felipe Faleiro

Acúmulo de água parada foi registrada no Cemitério Municipal São João, no IAPI

publicidade

Até a semana antes do Natal de 2023, o Índice Médio de Fêmeas de Aedes aegypti (IMFA), principal índice para aferir a situação da dengue em Porto Alegre, indicava nível crítico, com mais de 44% das armadilhas montadas com detecção de larvas do mosquito transmissor. Até o mês de novembro, a Capital havia confirmado 5.611 casos, e ainda três óbitos. Ainda não houve divulgação dos dados em 2024.

Circulando pela Capital, não é difícil identificar locais com a presença de água parada, um dos principais vetores de infestação do inseto, como no Cemitério Municipal São João, no IAPI, visualizado nesta terça-feira. No entorno de outros edifícios públicos, não foram localizados focos. No local, a maioria dos recipientes estava virada para baixo, a fim de evitar o acúmulo, porém neste ambiente, alguns itens estavam com abertura exposta, facilitando a entrada de água e o consequente ciclo de vida do Aedes aegypti.

De maneira geral, o auge das contaminações em Porto Alegre ocorre entre março e abril, no final do verão, caindo de forma consistente no restante do ano. No entanto, mais recentemente os casos vêm ocorrendo mais cedo do que o habitual. Em 2022, por exemplo, eles iniciaram em fevereiro, e ainda foram detectados em locais incomuns, como o Extremo Sul, em bairros a exemplo do Lami e Restinga.

Há dois anos, a Capital registrou quatro mortes por dengue e 5.088 casos confirmados. Desde o último dia 31, ao menos 11 armadilhas espalhadas por Porto Alegre tiveram três ou mais capturas, conforme os dados do sistema Onde Está o Aedes, mantido pela Prefeitura. Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disse que está atuando em conjunto com outras secretarias municipais para uma força-tarefa, buscando orientar a limpeza nos cemitérios.

Ainda, que desenvolve uma série de ações para combater a dengue, principalmente na zona leste, que concentra 80% dos casos. Uma campanha inclui faixas colocadas em locais de grande circulação, cartazes, folders, carro de som e dois displays com materiais informativos e a participação de agentes de combate a endemias. A secretaria reforçou também a importância dos cuidados individuais, como verificação dos vasos de plantas, embalagens plásticas, vidros e bromélias, que podem acumular água.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895