Prefeitura de Porto Alegre faz força-tarefa em cemitérios após detecção de focos do mosquito da dengue
No Cemitério Municipal São João, no IAPI, recipientes foram vistos acumulando água parada
publicidade
Até a semana antes do Natal de 2023, o Índice Médio de Fêmeas de Aedes aegypti (IMFA), principal índice para aferir a situação da dengue em Porto Alegre, indicava nível crítico, com mais de 44% das armadilhas montadas com detecção de larvas do mosquito transmissor. Até o mês de novembro, a Capital havia confirmado 5.611 casos, e ainda três óbitos. Ainda não houve divulgação dos dados em 2024.
Circulando pela Capital, não é difícil identificar locais com a presença de água parada, um dos principais vetores de infestação do inseto, como no Cemitério Municipal São João, no IAPI, visualizado nesta terça-feira. No entorno de outros edifícios públicos, não foram localizados focos. No local, a maioria dos recipientes estava virada para baixo, a fim de evitar o acúmulo, porém neste ambiente, alguns itens estavam com abertura exposta, facilitando a entrada de água e o consequente ciclo de vida do Aedes aegypti.
De maneira geral, o auge das contaminações em Porto Alegre ocorre entre março e abril, no final do verão, caindo de forma consistente no restante do ano. No entanto, mais recentemente os casos vêm ocorrendo mais cedo do que o habitual. Em 2022, por exemplo, eles iniciaram em fevereiro, e ainda foram detectados em locais incomuns, como o Extremo Sul, em bairros a exemplo do Lami e Restinga.
Há dois anos, a Capital registrou quatro mortes por dengue e 5.088 casos confirmados. Desde o último dia 31, ao menos 11 armadilhas espalhadas por Porto Alegre tiveram três ou mais capturas, conforme os dados do sistema Onde Está o Aedes, mantido pela Prefeitura. Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disse que está atuando em conjunto com outras secretarias municipais para uma força-tarefa, buscando orientar a limpeza nos cemitérios.
Ainda, que desenvolve uma série de ações para combater a dengue, principalmente na zona leste, que concentra 80% dos casos. Uma campanha inclui faixas colocadas em locais de grande circulação, cartazes, folders, carro de som e dois displays com materiais informativos e a participação de agentes de combate a endemias. A secretaria reforçou também a importância dos cuidados individuais, como verificação dos vasos de plantas, embalagens plásticas, vidros e bromélias, que podem acumular água.