Prefeitura de Porto Alegre lança consulta pública sobre ocupação da Usina do Gasômetro

Fechada desde 2017 para reformas que sofreram sucessivas paralisações, a Usina do Gasômetro entra na fase final dos trabalhos e tem previsão de reabertura para os próximos meses. A afirmação foi feita pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, nesta manhã, quando também foi anunciado lançamento de consulta pública para definir a ocupação do espaço.

“É um símbolo da cidade, que por muitos anos esteve esquecido e que voltará para a população”, diz o prefeito.

Conforme Melo, a ocupação será gradual, processo que deve iniciar a partir deste ano, tão logo o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) seja aprovado pelo Corpo de Bombeiros. O uso pleno das novas estruturas está previsto para ocorrer em até 25 meses.

“Nós teremos atividades com a ocupação deste espaço público desde o momento que nós tivermos o PPCI. Muitos espaços poderão e devem ser usados, até mesmo porque a população não deseja esperar mais”, entende Melo.

De acordo com a secretária de Parcerias de Porto Alegre, Ana Pellini, a ideia da administração do município é conceder exploração, segurança e manutenção dos espaços da Usina à iniciativa privada por um período de 20 anos. “Estamos lançando hoje a consulta pública sobre o modelo de gestão. O poder público vai andar junto com o parceiro privado para fazer a melhor conservação possível”, avalia a secretária, lembrando que a prefeitura da Capital investiu mais de R$ 20 milhões na recuperação do prédio.

A proposta para a nova Usina do Gasômetro é unir espaços gastronômicos, comerciais e culturais, proporcionando também atividades turísticas e inovação tecnológica. A concessão também preverá a realização de eventos públicos organizados pelo município sempre que a administração requisitar.

“Os benefícios, digamos assim, as premissas que nós estabelecemos para definir um contrato. Primeiro, a consolidação da vocação turística da orla do Guaíba, fomentar atividades culturais e com frequência. Nós estabelecemos também com premissa o incentivo à inovação tecnológica, mas os espaços culturais – e públicos – vão predominar, já temos eventos da Secretaria da Cultura planejados em praticamente todos os meses do ano”, assegura Ana Pellini, citando como exemplos aniversário da cidade, Natal, Noite dos Museus, POA em Cena e Bienal.

A consulta pública terá duração de 30 dias e pode ser acessada na página da Secretaria de Parcerias. Após esse período, o projeto será enviado para análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O passo seguinte será o lançamento de um edital de concorrência para apurar o parceiro. A expectativa é de que isso ocorra até o segundo semestre deste ano.

“O modelo escolhido vai ser aproveitado por uns e contestado por outros. O que é da democracia, o que é legítimo, e para isso faremos a consulta pública”, completou Melo.

Detalhes da obra:

Com investimento previsto de R$ 20,6 milhões em 11 mil metros quadrados de área útil, os serviços estão 70% concluídos e a expectativa é de que a obra fique pronta neste ano. “É uma obra complexa, mas está na reta final, avançando com todos os cuidados necessários, pois trata-se de um prédio histórico e tombado”, diz o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores.

A íntegra do projeto pode ser conferida aqui.

Sobre a revitalização

• Investimento: R$ 20,6 milhões
• 11 mil metros quadrados de área útil
• 40 km de fios utilizados
• Três elevadores sociais instalados
• Pisos com pedra ardósia e cimento queimado
• Paredes de alvenaria ou de gesso acartonado com pintura acrílica fosca
• Troca da laje do terraço
• PPCI para a presença de cerca de 2,5 mil pessoas simultâneas
• Ar-condicionado central nos ambientes do térreo ao 3° andar
• Piso do Teatro Elis Regina terá madeira de reflorestamento e local terá ar-condicionado