Prefeitura de Porto Alegre reforça recomendação do uso de máscaras no transporte coletivo

Prefeitura de Porto Alegre reforça recomendação do uso de máscaras no transporte coletivo

Entre os usuários, no entanto, opinião é que deveria ser revista a obrigatoriedade da medida

Felipe Faleiro

Item ainda é mantido por grande parte dos usuários, mesmo sem ser obrigatório

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A Covid-19 segue sendo observada por gestores de saúde, mesmo com números menores de contaminações graves e especialmente mortes do que em outros períodos. Segundo especialistas, uma das medidas mais eficientes para prevenir contágios é o uso da máscara de proteção, item que esteve em alta durante as fases mais agudas da pandemia, mas que agora entrou em desuso em ambientes abertos. Em unidades de saúde de Porto Alegre, seu uso voltou a ser obrigatório há uma semana nas áreas assistenciais e demais ambientes.

A medida, determinada pelo prefeito Sebastião Melo na semana passada, se baseia em parecer da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) que informa o aumento da circulação viral, novos surtos e crescimento da demanda de sintomáticos junto aos serviços clínicos. Entre todos estes, se destoa também a baixa cobertura vacinal. Diante do cenário, um dos locais que mais recebe pessoas diariamente em constante circulação é o transporte coletivo, em que não há a determinação da obrigatoriedade.

A Prefeitura afirma que “mantém o acompanhamento constante do cenário epidemiológico”. Reforça ainda que “conforme o atual decreto, o uso de máscaras no transporte coletivo segue como recomendação”, e que informará eventuais mudanças em seus canais oficiais. A queda do uso obrigatório do item nos coletivos ocorreu na Capital no último dia 15 de agosto, diante um cenário epidemiológico favorável na ocasião.

A discussão também leva em conta o uso do ar-condicionado nos coletivos, que estava suspenso desde março de 2020, justamente em razão da pandemia, mas que foi retomado no último dia 19 de dezembro. Até então, órgãos de saúde recomendavam que os mesmos não fossem utilizados, e que as janelas fossem mantidas abertas. A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) disse, quando houve a nova mudança, que as ligações seriam gradativas entre os 51% da frota de 1.337 ônibus com sistema de climatização.

Entre os usuários dos ônibus, a opinião é de que deveria reexistir a obrigatoriedade. “Trabalho na Bom Jesus, e lá, a cada dez pacientes com sintomas, sete positivaram para a Covid-19. Em Canoas, onde também atuo, de 180 pacientes que passaram sintomáticos, 150 tiveram resultado positivo. Então, é algo que está crescendo de novo e deveria ser revisto”, disse a técnica de Enfermagem Luciane Silva, que aguardava o coletivo no Terminal Parobé, no Centro Histórico.

Já Rudinei Santos, desempregado e morador do bairro Rubem Berta, opina que as pessoas não demorariam a se acostumar novamente. “Como circulamos bastante por aí, é preciso se cuidar mais. E isto acontece de forma eficaz com a máscara”, comentou ele. O virologista, professor da Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, Fernando Spilki, afirma que é preciso “bom senso” nesta questão. “Transporte público seria um tema a repensar. Independente disto, a percepção de risco individual, portar uma máscara, sem dúvida seria recomendável, e que cada um julgue a situação de exposição”, diz Spilki.


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