Prejuízos com a estiagem ultrapassam R$ 1,3 bilhão na região Sul do RS

Prejuízos com a estiagem ultrapassam R$ 1,3 bilhão na região Sul do RS

Na região, o índice maior de perdas é em São Lourenço do Sul, com mais de R$ 407,3 milhões

Angélica Barcellos

São Lourenço do Sul está em situação de emergência homologada pelo Estado devido à estiagem

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As pancadas de chuvas registradas nos últimos dias foram consideradas insuficientes pela maioria dos municípios da região sul do Estado. Com isto, os prejuízos com a estiagem que começou nos últimos meses do ano passado seguem sendo contabilizados. Conforme a Emater Regional, laudos  circunstanciados já foram finalizados em 17 cidades da região e os prejuízos totalizam R$ 1,306 bilhão. Para esta semana segue o calor intenso.

"Com as últimas chuvas dá para reverter alguma coisa do milho e da soja que foi plantada mais tarde, mas caso não chova nas próximas duas semanas o quadro de estiagem devera voltar a crescer o índice das perdas no campo", alerta o coordenador regional da Emater, Ronaldo Maciel.

Na região, o índice maior de perdas é em São Lourenço do Sul, com mais de R$ 407,3 milhões. Além do decreto de emergência a Prefeitura também decretou racionamento na cidade. Segue em vigor a situação de alerta, estando proibida a utilização de água fornecida pela Corsan para abastecimento e substituição de água nas piscinas, lavagem de veículos em geral, utilização de lava jato doméstico, bem como lavagem de calçadas, telhados e similares.

Porém, devido as chuvas recentes, o prefeito em exercício, Cléo Uarthe anunciou que todas as pessoas que tiver que utilizar água para estes fins poderá  pedir autorização para a Prefeitura. “Ontem, tivemos nossa situação homologada pelo governo do Estado, agora vamos buscar o reconhecimento federal”, projeta Uarthe. Ele conta que em torno de  50 famílias do meio rural seguem sem água até mesmo pra o consumo humano.

“O pior prejuízo é no interior, nas plantações de tabaco, arroz, soja, milho, feijão e no gado. Temos a barragem São Lourenço que ainda está abastecendo a cidade e caso haja necessidade um açude próximo pra puxar água”, relata. Ele conta que nos últimos dias tem chovido na cidade, mas que o estrago já foi feito. “O problema é que a chuva de verão e isolada. Tem lugares que choveu 217 milímetros semana passada outros não. A cidade está abastecida estamos tranquilos em relação ao veraneio quando a população sobe de em torno de  43 mil para 120 mil pessoas. O problema é na zona rural”, observa.

A Defesa Civil regional confirmou que Pinheiro Machado, Pedras Altas, Herval, São José do Norte, Arroio Grande e Arroio do Padre já tiveram seus  decretos homologados pelo Estado e reconhecidos pela União. Já as cidades de Canguçu, Morro Redondo, Cerrito, Piratini, São Lourenço do Sul e Turuçu já encaminharam toda a documentação solicitada para a defesa civil estadual e até o início da tarde desta terça-feira aguardavam o processamento pelo Estado. Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Pedro Osório, Dom Feliciano e Capão do Leão notificaram o evento adverso e estão reunindo a documentação processual prevista nas normas.

“Neste momento de construção do processo de situação de  emergência, o mais importante é que as Defesas Civis dos municípios entrem em contato com as suas respectivas Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil para buscarem orientações atualizadas. Muitas vezes ao não fazerem isto, acabam produzindo documentos que não atendem aos requisitos da  legislação vigente, fato que atrasa o processamento", finaliza o Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil, Tenente Coronel Márcio André Facin.


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