Presidente do CREA-RS destaca importância do trabalho de profissionais de engenharia

Presidente do CREA-RS destaca importância do trabalho de profissionais de engenharia

Nanci Walter diz que é preciso reforçar a presença do CREA-RS nas universidades

Felipe Samuel

Nancia afirma que é preciso incluir a engenharia nas discussões sobre políticas públicas em busca de um “olhar social”

publicidade

O papel da engenharia na construção civil, os impactos no desenvolvimento da sociedade, a importância da atuação dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Crea) e os desafios enfrentados pelo setor num mundo digital foram alguns dos temas do Tá na Mesa da Federasul desta quarta-feira. Ao abordar o tema “Engenharia: Futuro do Futuro – 78ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia”, a presidente do CREA-RS, Nanci Walter, destacou que é preciso reforçar a presença do CREA-RS nas universidades e incluir a engenharia nas discussões sobre políticas públicas em busca de um “olhar social”. 

Para Nanci, mais do que adotar um conjunto de práticas ambientais, sociais e administrativas, conhecida como ESG (sigla em inglês), é necessário engajar a população a participar das discussões sobre sustentabilidade e meio ambiente. “ESG vai além do olhar da engenharia, mas também da governança. ESG veio para fechar um ciclo principalmente nas empresas. A gente trouxe ESG para o CREA-RS antes de se falar em ESG”, destaca. À frente da entidade desde janeiro de 2021, ela cita algumas medidas adotadas pelo CREA-RS para agilizar o trabalho de engenheiros, como a carteira digital e a redução do tempo para liberação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

“Tínhamos um tempo de liberação do documento, que para nós é a celebração de contratos entre as partes, como profissionais e empresa, que demorava em média 24h a 48 horas para liberar”, lembra. “Mudei de 48 horas para 30 a 40 minutos, o que ainda não é suficiente. Adotamos o PIX. Nosso CREA trouxe o PIX para mais rapidamente liberar o documento que celebra negócios”, completa. As atividades de interiorização pelo Rio Grande do Sul também foram intensificadas, principalmente em universidades. O objetivo é mostrar o trabalho realizado pelo CREA-RS e as atividades da engenharia.

“A cada colação de grau, a gente tem vários formandos que estão colando grau que tem um olhar diferente para o social. Já na graduação têm um olhar diferente para a engenharia pública”, avalia, acrescentando que os engenheiros precisam se envolver mais com projetos sociais. Conforme Nanci, a engenharia é parte importante desse processo. “Não há desenvolvimento em nenhum lugar, nem na nossa casa, no nosso município, estado, país sem envolvimento da engenharia desde a concepção até execução”, sustenta. Outra frente de batalha do CREA-RS também deve se formar em Brasília.

Isso porque um projeto de lei de 2022, protocolado a um mês e 10 dias do fim do mandato do deputado federal Tiago Mitraud (Novo-MG), visa acabar com a necessidade de diplomas para 106 profissões, incluindo engenheiro, médico veterinário e até mesmo a necessidade do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o exercício da advocacia. E o projeto voltou a discussão na Câmara. “Esse projeto de lei traz a proposta de desregulamentação de várias profissões. São mais de 100 profissões, entre elas a de engenheiro, ou seja, pega tudo pega tudo”, destaca. “O deputado entendeu que a engenharia está nesse arcabouço de mais de 100 profissões que não traz insegurança à população”, afirma.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895