Prevenção e diagnóstico antecipado para cura de doenças é tema do 'Tá na Mesa'

Prevenção e diagnóstico antecipado para cura de doenças é tema do 'Tá na Mesa'

A edição desta quarta-feira contou com a participação dos especialistas Fernando Lucchese, Maíra Caleffi e Gilberto Schwarrsmann

Paula Maia

Os participante abordaram a questão do financiamento local para enfrentar os desafios de saúde, e a importância de lideranças comprometidas com o bem-estar da sociedade

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A programação especial dos 30 anos do Tá na Mesa teve continuidade nesta quarta-feira, com o tema "Líderes que Transformam o RS". Os especialistas Fernando Lucchese, Maíra Caleffi e Gilberto Schwarrsmann falaram sobre a importância da prevenção e diagnóstico antecipado no tratamento de doenças.

Na início de sua fala, a mastologista Maíra Caleffi falou sobre o cenário do câncer de mama no Brasil e no mundo, e ressaltou que é inaceitável o número de óbitos causados por uma doença que tem cura. De acordo com os dados apresentados pela especialista, houve 17.285 mortes por câncer de mama no Brasil em 2020. Este ano, já foram detectados 3.720 novos casos de câncer de mama no RS, sendo que 670 casos são em Porto Alegre.

A especialista destacou os desafios da burocracia na realização e entrega de exames médicos, enfatizando como a demora no processo pode afetar o custo e a eficácia do tratamento. Maíra destacou a importância de uma parceria público privado como uma solução e a necessidade de mudar a forma de pensar a saúde. “Temos que mudar o mindset do que é custo e investimento em saúde. Para mim toda vez que um tratamento falha, ele vira custo.”

Fernando Lucchese lembrou que no Brasil não tem um Ministério da Saúde, mas sim um Ministério da Doença. Ele garantiu que mudanças são necessárias. Já sobre o uso da Inteligência Artificial na medicina, o cardiologista mencionou a crescente importância e afirmou que os dados recebidos hoje estão mudando as estatísticas existentes. De acordo com ele, é necessário mudar a forma de fazer prevenção no Brasil e que o cidadão pode participar efetivamente. "Tem que ser uma missão individual", considerou. 

Gilberto Schwarrsmann ressaltou a fragmentação do sistema de saúde, afirmando que a detecção precoce é a mais econômica e que grande parte da população ainda não tem convênio médico. Todos os exames de prevenção disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) deveriam ser oferecidos a todas as pessoas que chegam para atendimentos na saúde pública, segundo ele.

“Temos um problema estrutural de que os nossos programas de estado não duram. Um dia de UTI são vários meses de papanicolau [exame preventivo de colo de útero] no posto. Economicamente fazer a prevenção e detecção precoce é muito mais barato do que tratar doença avançada”, ressaltou o oncologista.

O médico ainda destacou que a medicina atual já sabe quais são as melhores intervenções e prevenções que precisam ser realizadas, mas essas ações devem ser colocadas em prática, citando a atenção aos funcionários de empresas como exemplo de ações imediatas. “O risco Brasil, passa pela incapacidade que nós temos de desenvolver lideranças que possam realmente mudar o Brasil”, pontuou.


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