Princípio de incêndio provoca evacuação no Hospital Conceição em Porto Alegre

Princípio de incêndio provoca evacuação no Hospital Conceição em Porto Alegre

Macas com pacientes foram colocadas do lado de fora da casa hospitalar

Felipe Faleiro

publicidade

Pacientes e funcionários do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HCC), no bairro Cristo Redentor, zona Norte de Porto Alegre, passaram por um enorme susto na manhã de hoje. Um princípio de incêndio que atingiu a sala de quadros elétricos, no 1º andar da instituição, por volta das 9h, causou a evacuação de duas enfermarias e do Setor de Emergência. Cerca de 30 pessoas internadas foram transferidas para outras instituições de saúde, como os hospitais de Pronto Socorro (HPS), Cristo Redentor, Clínicas, Vila Nova e Moinhos de Vento. 

Ainda de acordo com a direção do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), pacientes da UTI do Hospital Criança Conceição foram levados para a Emergência do HCC, razão pela qual este setor foi fechado momentaneamente. Um paciente teve piora no quadro clínico após inalar fumaça, e foi transferido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). O fato causou correria na entrada principal do Conceição, na rua Francisco Trein.

Ao menos três caminhões do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) foram deslocados ao hospital, mas a situação foi rapidamente controlada pelas guarnições e pela Brigada de Incêndio do hospital. As visitas foram suspensas. Ambulâncias eram vistas a todo momento transportando os pacientes, e macas chegaram a ficar dispostas na área externa, inclusive nas calçadas. O odor de queimado pôde ser sentido por horas nos arredores.

“Houve muita fumaça em alguns setores, então pedimos que as pessoas aguardassem um pouco até o retorno ao interior do hospital. Ela se alastrou muito rapidamente”, afirmou o capitão Fábio Anziliero, do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1º BBM). De acordo com Anziliero, 80% das pessoas que estavam no na instituição precisaram ser removidas, e que o Hospital Conceição estava com todo seu plano de prevenção contra incêndios em dia. “O fogo não chegou a espalhar, se restringindo a um corredor da unidade de saúde”, relatou Anziliero. “A equipe de manutenção deve fazer uma inspeção completa antes de voltar a operar 100%”, disse.

O secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, esteve no hospital e afirmou que as áreas em questão precisavam ser limpas antes de ser liberadas. “Há setores que não dependem daquela energia, e que estiveram funcionando. Estamos fazendo um trabalho que é solidário. É obrigação de nossa cidade auxiliar e cuidar de todos os hospitais”, comentou Sparta.

A espera 

Entre os pacientes, o sentimento foi de espera e paciência, após a dispersão do tumulto. O autônomo Angelo Paim acompanhava o sogro, Luiz Carlos Pires, que estava com exame agendado na área de Pneumologia e aguardava na cadeira de rodas na calçada frontal ao Conceição. Quando chegaram ao hospital, vindos de Alvorada, onde moram, viram a intensa movimentação de veículos dos Bombeiros e da Brigada Miltar, além das ambulâncias. “Minha esposa está ali dentro, verificando o que pode ser feito, e se será possível realizar a consulta”, comentou Angelo.

O diretor técnico do GHC, Francisco Paz, determinou a suspensão das cirurgias eletivas. “O bloco cirúrgico não tem condições de funcionamento pleno. Quanto à alimentação, estamos procurando alternativas para suprir a falta de energia”, pontuou Paz, reforçando que os pacientes com agendamentos para procedimentos cirúrgicos estão sendo contatados ainda hoje para novas orientações.

 

Em nota publicada no dia do incidente, a direção do SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre) destacou a eficiência do setor de saúde da capital com a rápida resposta para garantir o atendimento aos pacientes, após o princípio de incêndio no Hospital Conceição. "Houve uma mobilização imediata das instituições, com transferência de pessoas para hospitais públicos e privados. Para além do espírito solidário inerente, preparamo-nos constantemente para lidar com situações desse tipo, preservando a qualidade, a segurança e a saúde dos pacientes", disse o presidente da entidade, Henri Siegert Chazan.

De acordo com a entidade, no dia 1º de março, o sindicato fará seu terceiro simulado de desastre, com a simulação de um incêndio no Hospital Moinhos de Vento.

Foto: Alina Souza 

 

 

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895