Produtores contabilizam perdas por conta da estiagem

Produtores contabilizam perdas por conta da estiagem

Nível do Guaíba se mantém com volume reduzido

Felipe Samuel

A mediação do manancial na régua do Cais Mauá marcava 28 centímetros

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Um dia após registrar o índice mais baixo do ano, com 21 centímetros, o nível do Guaíba se mantém com volume reduzido. A mediação do manancial na régua do Cais Mauá, na Capital, às 14h desta sexta-feira, marcava 28 centímetros, conforme o monitoramento da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). O lixo acumulado emergiu e mudou a paisagem. Com a diminuição do volume da água, bancos de areia também se formaram na Orla do Guaíba. Em meio a esse cenário, os produtores rurais ainda contabilizam as perdas.

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cléber Vieira, a falta de chuva nos meses de janeiro e fevereiro prejudicou a produção dos agricultores e afetou os planos para a próxima safra. Há 25 anos na direção da entidade, Vieira revela que jamais tinha enfrentado um período de estiagem tão duradouro quanto deste ano. Ele afirma que a ausência de chuvas deixou dezenas de açudes secos na Capital. “As perdas no plantio de soja chegaram a 40%. E a quebra na produção de hortaliças chegou a 70%”, destaca.

Por conta dos prejuízos causados pela estiagem, a prefeitura decretou situação de emergência. Como a maioria dos produtores da Capital planta em pequenas propriedades, a maioria conta com irrigação. “Mas se os açudes secam, não adianta ter irrigação”, lamenta. Conforme Vieira, 73 produtores cadastrados pelo sindicato devem ser atendidos por programas da prefeitura. Em alguns casos, será preciso construir um novo açude, uma vez que a limpeza do local é inviável.

Para o início do plantio, Vieira alerta que é preciso chover nos próximos 30 dias para evitar mais uma perda de safra. “Para a semana que vem há previsão de mais chuva. É uma situação atípica, porque às vezes chove no Lami e não chove em Belém Novo. Não tem chuva parelha, são pontos isolados, mas nada que seja para juntar água”, destaca, acrescentando que muitos agricultores têm receio de começar o plantio. “Se não chover complica de novo”, completa. 

 


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