Profissionais de outros estados ajudam em resgates na enchente em São Leopoldo
Situação de bairros do município da região metropolitana ainda é calamitosa, com água cobrindo veículos
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Profissionais empenhados em salvar vidas em uma terra estranha e um ambiente de calamidade. É um resumo da atuação de agentes do Corpo de Bombeiros e corporações de outros estados do Brasil no Rio Grande do Sul neste momento. Todas as unidades da federação enviaram recursos, agentes ou ambos, a fim de auxiliar a população gaúcha. Em São Leopoldo, a concentração é no quartel do Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS), de onde partem ordens para as missões no solo daqui.
Na manhã desta quinta-feira, o subsecretário de Defesa Civil do município de Niterói/RJ, Victor Queiroz, acompanhava o trabalho da equipe no bairro leopoldense da Scharlau. Ao lado do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), fica um bloqueio na rodovia no sentido de quem vai a Porto Alegre, após a abertura de um caminho precário pela corporação mais cedo, por volta das 7h30min. Do outro lado, as casas ainda estão completamente embaixo d’água, e antigos moradores relatam que, no passado, as enchentes alcançavam até 30 centímetros de altura. Agora, alcançaram dez vezes mais do que isto.
"Este aqui é um cenário bem diferente do que vemos no Rio de Janeiro. A dinâmica dos rios e as condições da enchente são bastante diferentes. Estamos aqui com ao menos seis surfistas de ondas grandes, carros e material para auxiliar. Não havia como fazer outra coisa se não nos juntarmos, unirmos forças e procurar uma solução, a fim de minimizar estes danos”, observou Queiroz.
A equipe de Niterói, a pedido da Prefeitura, chegou ontem à noite depois de sair do município fluminense na tarde de terça-feira. Além dos profissionais do surfe, há dois técnicos de Defesa Civil e um dos Bombeiros locais. A cerca de um quilômetro dali, em outro ponto do bairro, o capitão Rodrigo Alves Bueno fazia um briefing das missões aos seus comandados do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul.
Conforme ele, são nove militares presentes no RS, sendo oito especialistas em salvamento aquático e mergulho de resgate, além de um médico, todos por ora em São Leopoldo. “Está sendo um grande desafio aqui. Não é comum participarmos deste tipo de operação, mas estamos treinados para exercê-la. Temos um misto de sentimentos, porque, obviamente, estamos falando de muitas perdas, um cenário de filme de guerra”, disse Bueno.
A solidariedade não para de chegar de todos os cantos do Brasil, e, ainda pela manhã, um novo comboio de cerca de dez veículos do Corpo de Bombeiros do Paraná foi visto trafegando pela ERS 240, trazendo mais botes e esperança às famílias. Agentes da Força Nacional também estão presentes no município, ajudando nos trabalhos de resgate e salvamento de famílias.
