Profissionais do Hospital de Campanha ameaçam parar os serviços em Cachoeirinha

Enfermeiros, técnicos e demais profissionais da saúde que atuam no Hospital de Campanha de Cachoeirinha ameaçam parar os serviços em razão dos consequentes atrasos salariais. De acordo com a diretora do Sindicato dos Municipários (Simca), Adriana Ferrapontoff Lemos, o salário referente ao mês de outubro, que deveria ter sido pago no quinto dia útil, foi pago no dia 20.

“Desde maio temos recebido com atraso. Neste mês, foi pago apenas 70% da integralidade. É um desrespeito com nós que atuamos na linha de frente no combate a pandemia do novo coronavírus. Por causa do atraso, os médicos se recusam a manter as escalas”, diz Adriana. Segundo a diretora, atualmente há pacientes internados no hospital de campanha, montado no bairro Fátima, cujo gerenciamento é feito pela empresa XP3, terceirizada pela prefeitura.

Adriana explica que caso os profissionais parem os atendimentos, se mantém apenas as urgências e emergências. “Além disso, aqueles profissionais que já foram desligados não receberam o valor da rescisão e nem tiveram FGTS depositado. Cachoeirinha já registrou mais de 100 mortes por coronavírus e tem 283 casos suspeitos, que seguem em análise. Estamos em uma crescente de contágio em comparação com algumas semanas atrás.”

O advogado Pedro Guarnieri, que representa a empresa XP3, informou que quando os atrasos acontecem é por conta do município. “O município repassa, até liquidar a nota e fazer a execução dos pagamentos, demora uns dias. Já fizemos alguns contatos por telefone solicitando à Administração para que haja celeridade nos pagamentos.” Guarnieri informou que o restante do salário deste mês será compensado no próximo pagamento.

A prefeitura informou que pagou na totalidade o contrato e ponderou que vai notificar a empresa.