Projeto "A Cidade nos Pertence" promove inclusão de pessoas com deficiência na vida cultural

Projeto "A Cidade nos Pertence" promove inclusão de pessoas com deficiência na vida cultural

Evento reuniu alunos de escolas públicas, produtores culturais, escritores e artistas

Vitória Fagundes

A programação faz parte do projeto A Arte de Pertencer

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Debates, espetáculos de teatro e dinâmicas em grupo marcaram o projeto "A Cidade nos Pertence" nesta terça-feira. O evento, que ocorreu no teatro do Sesc, em Porto Alegre, reuniu alunos de escolas públicas, produtores culturais, escritores e artistas e discutiu a conscientização, reflexão e informação sobre a importância da inclusão de pessoas com deficiência na vida cultural das cidades. 

Durante o evento, foram disponibilizados espaços interativos para informar e refletir sobre temas como: cultura, diversidade, acessibilidade e inclusão. O projeto contou com a participação do escritor e criador do projeto Cromossomo 21, Alex Duarte; a escritora Fernanda Schacker, a psicóloga do Pertence e  especialista em inclusão Marina Barth, com mediação da gestora cultural da Instituição, Paula Carvalho. A programação faz parte do projeto A Arte de Pertencer, aprovado pelo Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cultura e conta com diversos patrocínios. 

Em sua participação no debate, Alex Duarte destaca que pessoas sem deficiência devem combater e identificar preconceitos capacitistas, para tornar uma sociedade mais inclusiva. “As pessoas com deficiência não tinham seu espaço e nem lugar de fala, principalmente pessoas com deficiência intelectual. Às vezes é muito fácil uma pessoa sem deficiência intelectual ocupar esse lugar para falar sobre deficiência e tirar o protagonismo deles. Nós somos aliados às pessoas com deficiência”. O palestrante enfatiza que a deficiência por muito tempo foi vista como algo sem eficiência, quando na verdade é o conceito de espécie humana “ou a gente nasce com uma deficiência, ou a gente adquire ao longo da vida. Em algum momento das nossas vidas vamos precisar de acessibilidade”.

O diretor e Fundador do Clube Social Pertence na Clube Social Pertence Victor Freiberg contou à reportagem que o trabalho tem como pilar principal a cultura com projetos como “a arte de pertencer”, que oferece oficinas de dança, teatro e música para pessoas com deficiência em vulnerabilidade econômica no Brasil todo. 

“Desse projeto nasce uma vontade de conversar com a sociedade. O mais legal do evento é a representatividade de pessoas com e sem deficiência”, relata. Victor salienta que a inclusão deve ser colocada em pauta diariamente nos debates e praticada diariamente no dia-dia.

Paula Carvalho, gestora de cultura do projeto, afirma que a cultura inclusiva é algo novo. Conforme ela, pessoas com deficiência não tinham acesso aos espaços culturais e que ações como o debate são necessárias para repensar que espaços culturais são de todos. “É importante que espaços culturais, como teatros, cinemas, museus sejam acessibilizados para que as pessoas possam usufruir dos bens culturais que é um direito de todos”. O projeto e o debate vem com a ideia de mostrar que todos têm seu local de pertencimento na cultura.

A escritora Fernanda Schacker se viu animada em poder falar de inclusão e acessibilidade no debate. Ela, autora do livro ‘Guia de diagramação para um livro acessível’, se viu animada em poder falar da importância da inclusão no meio cultural “se somos diferentes, porque não podemos ser incluídos em uma sociedade que é para todos”. 

O evento contou com mais de 30 voluntários na organização do encontro, que foi  desde apresentações no teatro, recepção dos convidados e fotógrafos e a participação de mais de 200 alunos de escolas públicas do Estado para dialogar sobre o assunto com os convidados da mesa.


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