Projeto expõe arte guarani neste domingo no Parque da Redenção, em Porto Alegre

Projeto expõe arte guarani neste domingo no Parque da Redenção, em Porto Alegre

Projeto Ar, Água e Terra promove troca de experiências em alusão ao Dia dos Povos Indígenas

Felipe Faleiro

Alzira expôs arte guarani na Redenção neste domingo

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A arte e a cultura dos guaranis estão expostas e explicadas em uma ação realizada neste domingo, em meio ao Brique da Redenção, em Porto Alegre, promovida pelo Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (Iecam) em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado na última sexta-feira. O evento, até às 18h, é parte do Projeto Ar, Água e Terra, desenvolvido em dez aldeias indígenas no estado, que, em si, realiza trocas de experiências e saberes entre os povos, contribuindo para a preservação ambiental e dos aspectos culturais de seus habitantes.

“Acredito que boa parte da população gaúcha tem um pouco de indígenas, então as pessoas vêm, conhecem o artesanato dos guaranis, bem como o projeto e conversam um pouco conosco, a fim de saber mais sobre esta e outras etnias. Nossa sociedade, por existir uma emergência climática, também está muito mais preocupada com os recursos naturais, então precisamos olhar por esta perspectiva deles, que têm esta conexão com a natureza”, afirmou a presidente do Iecam e coordenadora-geral do Projeto Ar, Água e Terra, Denise Wolf.

A ação trouxe peças confeccionadas pelos guaranis da Aldeia Campo Aberto, ou Teko’a Nhuundy, do município de Viamão. Alzira Gomes, liderança guarani da localidade, esteve presente na Redenção, e disse que, em sua aldeia, vivem mais de 40 famílias, em perfeita harmonia com a natureza. Os materiais foram comercializados aos visitantes. “É muito bom que mais pessoas possam vir nos conhecer e saber mais das nossas coisas”, comentou ela.

Segundo Alzira, pela tradição ancestral, apenas as mulheres podem confeccionar cestas, enquanto aos homens, é permitido apenas a confecção de animais de madeira, como onças, entre outros. “Não temos na aldeia todo o material necessário, então temos que buscar fora, no mato”, contou a integrante guarani, acrescentando que há cada vez mais curiosidade no conhecimento das peças e de como vivem os guaranis, uma das quatro etnias originárias do território gaúcho.

De acordo com dados do Iecam, a nação guarani faz parte do grupo étnico Tupi e se divide em três subgrupos: Xiripa, Mbya e Kaiowa. Cerca de 220 mil índios guarani permanecem vivendo na Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, país onde a população guarani é de cerca de 50 mil pessoas. O Projeto Ar, Água e Terra tem patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.


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