Projeto previsto para o RS pretende impulsionar a aviação brasileira

Projeto previsto para o RS pretende impulsionar a aviação brasileira

Instalação do complexo AeroCiti, na área industrial de Guaíba, prevê a instalação de um hub de inovação que vai estimular a integração, formação de talentos e o desenvolvimento de novas tecnologias na área da aviação

Paula Maia

No Tá na Mesa desta quarta-feira, o presidente Guilherme Cunha e a vice-presidente Cristiane Cunha da Aeromot ressaltaram o crescente mercado da aviação no Brasil, que deve atingir uma receita de R$ 3,4 bilhões em 2025

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Os representantes da empresa Aeromot Aeronaves e Motores, o presidente Guilherme Cunha e a vice-presidente Cristiane Cunha, foram os convidados do evento Tá na Mesa desta quarta-feira. A reunião-almoço, realizada na sede da Federasul, no centro de Porto Alegre, teve como tema principal o Aerociti e suas novas oportunidades para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

Durante o evento, os irmãos Cunha apresentaram o projeto do AeroCiti - um Centro Aeronáutico Colaborativo e Integrado - que visa a criação de uma infraestrutura multimodal, incorporando um Porto, um Aeródromo e uma Rodovia no distrito industrial de Guaíba. A cessão de uso oneroso de terreno foi assinada pelo governo do Estado em setembro de 2022.

De acordo com os representantes da  Aeromot, o crescimento do mercado de aviação no Brasil cresce 3,2%ao ano e deve atingir uma receita de R$ 3,4 bilhões em 2025. A frota de aviação executiva passou de 9.457 aeronaves em 2022 para 9.684 em 2023. Enquanto as aeronaves particulares representam 65% da frota ativa e 5% são táxi aéreo. 

O projeto pretende se tornar um polo de desenvolvimento de tecnologia aeronáutica no Brasil, com um investimento estimado em R$300 milhões e a criação de mais de 1.500 empregos diretos na primeira fase. A construção está programada para iniciar em 2025, após as fases de licenciamentos.

Além disso, está prevista para 2024 a inauguração da fábrica ponte no Aeroporto Salgado Filho, onde será iniciada a produção da primeira aeronave gaúcha, com previsão de entrega até o início de 2025. A primeira aeronave a ser produzida será o bimotor DA62, da Diamond, conhecido por consumir 60% menos combustível. Com capacidade para sete passageiros, tem um alcance de até 2.376 km.

Guilherme Cunha destacou que o grande diferencial do complexo AeroCiti será a criação de um hub de inovação, prevendo a circulação de aproximadamente três mil pessoas. Das quatro fábricas existentes no mundo, - as outras são na China, Austrália e Canadá - a única com esse espaço de integração, formação de talentos e o desenvolvimento de novas tecnologias será no Rio Grande do Sul.

Cunha também ressaltou a importância de estudar novas fontes de energia devido ao impacto ambiental da aviação, afirmando que é crucial não apenas mudar o sistema de propulsão, mas também desenvolver energias renováveis e limpas para transformar o setor. Ele enfatizou que a aviação está planejando investir 50 bilhões de dólares para o desenvolvimento de novas tecnologias até 2050.

Por sua vez, Cristiane destacou que, embora o setor da aviação cresça anualmente entre 4% e 6%, a formação de profissionais não segue o mesmo ritmo, decrescendo em torno de 4%. Por esse motivo, a empresa pretende promover parcerias e criar oportunidades para a formação de novos profissionais dentro do Brasil.

 


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