Projeto social se mobiliza para a doação de pães a pessoas e entidades afetadas pela pandemia

Projeto social se mobiliza para a doação de pães a pessoas e entidades afetadas pela pandemia

A meta da Trigal Pandaria é distribuir cerca de duas mil unidades até quinta-feira, véspera de Natal

Taís Teixeira

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Para ajudar a população em vulnerabilidade social e entidades sociais, a Associação Nacional de Aposentados e Pensionistas da Previdência Social (Anapps) criou o Projeto Trigal Pandaria – Pão dá vida, que produz pães para distribuir para esses públicos desde março deste ano. O objetivo é ajudar pessoas e entidades sociais com a doação de pães neste momento de mais dificuldades acentuadas pela pandemia. Por isso, o nome do projeto é Pandaria, uma união das palavras pandemia e padaria. No Natal, o foco foi a produção de “pãonetones”, como estão sendo chamados os produtos, fazendo alusão ao nome da ação. A meta é distribuir cerca de duas mil unidades até quinta-feira, véspera de Natal.

Um grupo de aposentadas voluntárias está colocando a mão na massa para fabricar os itens natalinos. Desde segunda-feira, elas começam a trabalhar às 5h da manhã. O idealizador do projeto e consultor da Annaps, Nilton Belsarena, afirmou que a produção conta com a doação dos ingredientes. “Só de farinha de trigo vai, em média, 50 quilos por dia”, destacou. Belsanera relatou que a ideia surgiu da necessidade de ajudar as pessoas na pandemia. “Eu vim de uma família com padaria e aproveitei esse conhecimento para começar o projeto em Capão da Canoa. Depois, apresentei para a Anapps, que gostou do modelo e decidimos iniciar na associação em março deste ano”, explicou.

A diretora social da Anapps, Sandra Ramalho, frisou a importância do projeto. “É um trabalho que ajuda as aposentadas voluntárias, que se sentem felizes no desenvolvimento dessa atividade, e na entrega do pão, que é um ato que nos proporciona muita alegria”, ressaltou. No caso das iguarias de Natal, a ideia foi realizar um sonho. “Para aquelas pessoas que não têm condições de comprar um panetone e só viam pela vitrine”, esclareceu. Depois do Natal, a produção de pães segue normalmente.

Mais feliz

Com 71 anos de idade, a aposentada Vera Regina dos Santos, é voluntária desde que a Pandaria começou. “Eu me sinto feliz com esse trabalho porque o pão é a semente da vida”, comentou. Para chegar às 5h na padaria instalada em um dos núcleos da Annaps, a dona Vera acordou às 4h. “Isso tudo me dá vida”, salientou.

A aposentada Eunice Dias, de 61 anos, também está entusiasmada com a nova rotina. “Eu tinha experiência de fazer pão em casa para a família e aqui estou aprendendo”, enfatizou. Dona Eunice destacou que além da produção de pães, participar dessas iniciativas faz bem para os outros e para ela. “Entrei aqui há cinco anos com depressão. Eu não dançava, não fazia nada. Agora estou bem e feliz”, comemorou.

Foto: Guilherme Almeida


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895