Quais as lições do temporal segundo Melo, CEEE Grupo Equatorial e empresas de Internet

Quais as lições do temporal segundo Melo, CEEE Grupo Equatorial e empresas de Internet

Gestores opinam sobre evento devastador que causou transtornos por dez dias em Porto Alegre

Felipe Faleiro

Árvores e postes caíram por toda Porto Alegre após o evento climático de 16 de janeiro

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Oficialmente, os transtornos relacionados ao temporal ocorrido em 16 de janeiro em Porto Alegre duraram dez dias, até a última sexta-feira, quando a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) anunciou a desmobilização dos últimos bloqueios de galhos, árvores e fios pelas ruas da Capital. No auge dos transtornos, um dia depois da tormenta, 1,314 milhão de clientes ficaram sem energia elétrica no Rio Grande do Sul, 781 mil sem água e 128 municípios sem conexão de telefonia e Internet, segundo o governo do estado.

Já em Porto Alegre, mais de 130 pontos chegaram a registrar bloqueios ao mesmo tempo, também conforme a EPTC. Para o prefeito Sebastião Melo, a lição que fica foi de aprendizado. “Onde mais aprendi como gestor foi nas crises, porque ali aparecem com clareza decisões que já deveriam ter sido tomadas muito tempo antes. Devemos aprontar, dentro do inquérito do Ministério Público estadual (MPRS), um acordo tripartite, entre o estado que licencia, a Prefeitura que fiscaliza a poda da árvore e o MP, fiscalizador da companhia. É preciso entender quem é quem neste processo”, disse ele.

A falta de podas, mesmo com protocolos em aberto, porém não resolvidos, foi uma das causas dos acidentes causados por árvores que caíram sobre casas, automóveis e, principalmente, fiações. Para evitar, ou mesmo reduzir tais ocorrências, Melo destacou, ainda na sexta-feira, as alterações no sistema do 156, que, segundo ele, é “burro” atualmente. “Gastamos um bom dinheiro nesta mudança e ele começa a operar no início de fevereiro. Às vezes, entram vários protocolos sobre um mesmo tema. Vamos poder ter um melhor balanço inclusive de quantas podas faltam”.

Outra questão salientada pelo prefeito é a possibilidade de liberação de podas por meio do que chamou de “co-parceria com a sociedade”, com uma autorização ou supressão mediante laudo, tanto dentro do terreno particular do cidadão, quanto na rua. Tanto este assunto atualmente está em discussão, como o licenciamento de novas obras somente com fiação subterrânea, algo anunciado pela Administração depois dos transtornos do temporal.

Não apenas a Prefeitura foi alvo de duras críticas da população de Porto Alegre, mas, de forma tão incisiva quanto, a CEEE Grupo Equatorial. Para o gerente de obras da companhia, Sérgio Appel, as ações relacionadas ao “evento extremo”, conforme dito por ele, foram encerradas, e a situação entrou em uma “normalidade”. “Foi um trabalho intenso, feito diuturnamente com as equipes em campo, e a grande lição deste evento é o grupo em termos de cooperação técnica entre Meio Ambiente e distribuidora para melhorar o convívio em Porto Alegre. E, mesmo assim, estamos ampliando o número de equipes para trabalhar nas podas.”

O presidente da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet (Internetsul), Fabio Badra, reconheceu que o temporal foi “extremamente agressivo” em Porto Alegre e região metropolitana, mas comentou que todos os serviços de Internet foram restabelecidos. “Entendemos, e devemos colaborar com a Prefeitura, para ter conversas na próxima semana e podermos conversar sobre este tema muito complexo e ajudar em soluções importantes”, disse Badra. Mesmo com a volta da luz, na sexta havia problemas de falta de conexão na Capital causados pela queda de fios.


Correio do Povo
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