BM contradiz Sulpetro e diz não ter recebido registros de saques em postos alagados

BM contradiz Sulpetro e diz não ter recebido registros de saques em postos alagados

Presidente do sindicato, João Carlos Dal’Aqua, disse que “quase todas” as lojas de conveniência nestas condições sofreram ações de saqueadores

Felipe Faleiro

Posto de combustível inundado em Eldorado do Sul na última sexta-feira

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O presidente da Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, disse nesta quinta-feira que não faltam produtos nos postos de combustível no Rio Grande do Sul, mas as questões logísticas, com mais uma centena de bloqueios ainda vigentes nas estadas gaúchas em razão da enchente, atrapalham a comercialização.

De acordo com ele, uma das maiores preocupações neste momento é quanto aos saques, que ocorreram principalmente em “quase todas” as lojas de conveniências de estabelecimentos alagados. Questionada, a Brigada Militar (BM) disse não ter registro em seu sistema destes saques. “A Brigada Militar segue realizando o policiamento ostensivo em viaturas e em embarcações, e também contando com o apoio das demais polícias do Brasil e da Força Nacional”, afirmou.

“Estamos pedindo ao estado o reforço na segurança para que haja melhoria nestes processos”, relatou Dal’Aqua. Áreas menos seguras foram mais propícias aos saques, e Dal’Aqua citou como exemplos postos próximos ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, e ao município de Eldorado do Sul, em que “um monte de coisas foram levadas”, inclusive equipamentos. “Quando a água baixar, vamos avaliar a dimensão do problema”, disse.

Cenário da distribuição melhorou

Conforme o presidente da Sulpetro, o cenário da distribuição atualmente é melhor em Porto Alegre e na região metropolitana, locais mais próximos a refinarias e bases. O cenário, também segundo ele, já foi pior nestes últimos dias. “Temos duas bases ainda com a presença de água, mas que, esperamos, devam retomar a operação na semana que vem, e outras que estão compartilhando produtos com demais distribuidoras para não haver falta generalizada”, acrescentou.

O gargalo logístico é dificultado pelos congestionamentos nas estradas recém-liberadas, ou com bloqueios parciais, bem como pontuais faltas do produto são reflexo de uma busca generalizada em municípios até então isolados. “Há alguma dificuldade em postos de bandeira branca, porém estamos percebendo uma maior fluidez na entrega de combustíveis”, afirmou. As viagens dos caminhões de entrega também têm demorado mais. “Se, antes, o veículo fazia três viagens por dia, agora faz uma, ou uma entrega que levava duas horas, está levando seis ou sete”.

Diariamente, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) tem divulgado um relatório sobre a situação no Rio Grande do Sul, e, conforme o mais recente disponível, da última sexta-feira, “Apesar da interrupção da operação da ferrovia e de duas bases de distribuição de combustíveis em Canoas/Esteio, a entrega de produtos na região metropolitana segue melhorando e os volumes se aproximam da média antes da enchente.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895