“Quem está lá sente na pele mesmo”, diz morador da região Norte do RS sobre enchente

“Quem está lá sente na pele mesmo”, diz morador da região Norte do RS sobre enchente

Moradores aproveitam o domingo de tempo bom para tentar organizar e limpar os danos causados

Paula Maia

A comunidade está dedicada a remover os escombros, resíduos e limpar o barro para reorganizar a cidade

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Após as fortes chuvas que atingiram o Norte do Rio Grande do Sul, principalmente em Barra do Rio Azul, os moradores estão unidos para enfrentar os desafios causados ​pela inundação. O tempo bom neste domingo ajudou na organização e limpeza dos danos causados.

Um esforço conjunto está em andamento para reconstruir a Unidade Básica de Saúde, danificada pelas águas, visando retomar o atendimento na terça-feira. Parte da viatura da Brigada Militar, arrastada pela força da enchente, foi recuperada, assim como os dois veículos da prefeitura que estavam desaparecidos.

“Estamos dedicados a remover os escombros e resíduos, além de limpar o barro para reorganizar a cidade”, ressaltou o prefeito Marcelo Arruda, enfatizando o gradual retorno dos moradores locais que foram evacuados. Apesar dos esforços, quatro casas permanecem interditadas e três famílias continuam isoladas devido ao colapso das pontes.

Geciano Cibulski, de 22 anos é morador de Itatiba do Sul, município vizinho de Barra do Rio Azul, e destaca a união da comunidade para reconstruir a cidade, enquanto ressalta o impacto emocional profundo que essa situação teve sobre as pessoas.

“Apesar de tudo que aconteceu, que são cenas tristes ainda, o pessoal está se recuperando aos poucos. Todo mundo, a comunidade inteira, todo mundo se empenhando, trabalhando. O pessoal dos municípios das cidades indo ajudar nas limpezas, oferecendo doação de kit de limpeza, material de higiene, coisas básicas. As prefeituras disponibilizando caminhões-pipa para ajudar a lavar as casas, máquinas pesadas para recolhimento dos lixos.

No geral agora é força para reconstruir tudo e aos poucos tentar voltar à normalidade. Quem assiste isso pela TV acha que não é nada, acha que é só coisa que nunca vai acontecer. Mas quem está lá sente na pele mesmo. Você vê, você se emociona. Você vê as crianças, você vê as pessoas, então é uma questão bem complicada, tem que ter um psicológico meio forte para ver”, desabafou.

A Defesa Civil do Estado está colaborando com os municípios, coordenando planos de contingência e fornecendo assistência na documentação para a declaração de situação de emergência. Além disso, está sendo distribuído lonas e itens de ajuda humanitária, como cestas básicas, kits de limpeza e água potável.

Até este domingo, em Barra do Rio Azul foram registrados 179 desalojados, todos acolhidos por amigos ou familiares. Em Tupanci do Sul, anteriormente com 10 desabrigados, e em Erechim, que registrou 41 desabrigados e 25 desalojados, todos já retornaram às suas residências. 


Correio do Povo
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