Réplica de dinossauro volta ao Parque de Eventos de Candelária

Réplica de dinossauro volta ao Parque de Eventos de Candelária

Animal é o maior predador do período Triássico

Otto Tesche

O animal tem 1,5 metro de altura e 7 metros de comprimento

publicidade

Uma réplica do maior predador do período Triássico voltou para o Parque Municipal de Eventos Itamar Vezentini, de Candelária. A reprodução do Prestosuchus Chiniquensis em tamanho original ocorreu há oito anos, com o uso de fibras, e agora necessitou de restauração, pois perdeu a cor com a exposição às condições climáticoa, danos provocados pelas roçadeiras que cortam o gramado do local e, também, algumas depredações.

O secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Flávio Kochenborger, explica que a restauração foi feita por André Gamela, mesmo artista plástico que criou a réplica. Ele é servidor público estadual no município e foi o responsável pela criação da reprodução de diversos outros animais expostos no Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues. O espaço, criado em 1990, possui em seu acervo fósseis originais, fotos, desenhos, reproduções de peças e esculturas de diversos animais que viveram entre 220 a 230 milhões de anos na região, no período conhecido como Triássico.

A réplica no parque de eventos ganhou uma espécie de pedestal para ficar acima do nível do gramado com o objetivo de evitar danos com a roçadeira. Além disso, conta com câmeras que permitirão a identificação de vândalos que possam danificar a reprodução. O animal tem 1,5 metro de altura e 7 metros de comprimento. As medidas seguem as dimensões originais do predador, baseadas em dados de estudos científicos. O secretário de Turismo explica que a exposição da escultura volta a ser uma atração no parque e mostra o potencial dos afloramentos de fósseis existentes em Candelária.

O Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues conta com parte do crânio de um Prestosuchus Chiniquensis em seu acervo, encontrado no interior de Candelária. O animal viveu a aproximadamente 238 milhões de anos e era um arcossauro, linhagem que deu origem aos dinossauros que voavam. O predador fez parte do grupo dos tecodontes. O museu também exibe a estátua de um tecodonte em tamanho real, que possui 7,5 metros de comprimento e 1,75 metro de altura, e a ilustração do ataque de um cinodonte carnívoro a um dicinodonte. Entre as identificações raras feitas na região ainda está o cinodonte `Candelariodon barberenai`, também replicado.

Privilegiado por apresentar rochas com registros fossilíferos de três momentos da pré-história, o território candelariense está situado entre duas antigas falhas geológicas, marcadas por um par de linhas de sentido Norte/Sul onde correm os rios Pardo e Botucaraí. A localização favorável e os trabalhos prestados por grupos vinculados a diversas universidades, conferem ao município importância nos cenários nacional e internacional de Paleontologia. Os afloramentos locais já proporcionaram a descoberta de 13 novos animais até então desconhecidos da Ciência. Entre os achados na região estão o Jachaleria candelariensis, cinodonte herbívoro que viveu no Triássico Superior, há aproximadamente a 220 milhões de anos. A mandíbula foi encontrada no final de 2011 e o animal foi batizado de Botucaraitherium belarminoi.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895