Referência em tuberculose no RS, Hospital Sanatório Partenon completa 73 anos

Referência em tuberculose no RS, Hospital Sanatório Partenon completa 73 anos

Atualmente, o HSP realiza diagnóstico e assistência multiprofissional hospitalar e ambulatorial para tuberculose e comorbidades como HIV/Aids

Correio do Povo

Inaugurado em 1951, o hospital foi construído para atender pacientes diagnosticados com Tuberculose e atualmente atende também outras comorbidades, como HIV/Aids

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Primeiro hospital público do Rio Grande do Sul destinado ao atendimento de pessoas com tuberculose, o Hospital Sanatório Partenon (HSP) completa 73 anos no sábado (27/01). Inaugurado em 1951, o hospital foi construído com base na proposta da antiga Campanha Nacional Contra a Tuberculose, cujo objetivo era o isolamento dos doentes em sanatórios, mantidos longe do convívio social e familiar.

Com a evolução dos tratamentos para a tuberculose, entre as décadas de 1960 e 1970, passaram a ser realizados esquemas terapêuticos de curta duração (6 meses) e sem necessidade de internação, para a maioria dos casos. Hoje, a demanda por hospitalização é indicada para pessoas com complicações clínicas e para aquelas onde a situação de vulnerabilidade psicossocial não permite o atendimento em domicílio. “Nos anos 1970, mudou completamente a abordagem aos pacientes de tuberculose, com uma redução no número de pacientes, mas com o advento da Aids a tuberculose voltou a preocupar no mundo”, explica a diretora técnica do HSP, a médica pneumologista Carla Jarczewski, que também é a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose.

Em 2022 foram notificados 5.204 casos novos casos de tuberculose no Estado, o que corresponde a uma incidência de 45,4 casos para cada 100 mil habitantes. O índice coloca o Rio Grande do Sul acima da média nacional que é de 36,3 casos para cada 100 mil habitantes. “No início dos anos 2000, com outra perspectiva, o Sanatório passa a fazer ações de orientação de condutas no atendimento dos casos, consultorias e capacitações para a rede de saúde do RS. Temos também o ambulatório que faz o tratamento da tuberculose drogarresistente (pacientes que já não respondem ao esquema básico) e esquemas especiais para todo o Estado, em especial para a Região Metropolitana”, explica a diretora Carla.

Atualmente, o HSP realiza diagnóstico e assistência multiprofissional hospitalar e ambulatorial para tuberculose e comorbidades como HIV/Aids. O hospital é também retaguarda técnica para os programas estaduais de tuberculose e HIV/Aids.

Hospital teve o primeiro caso de Aids diagnosticado no RS

O primeiro caso de Aids no RS foi diagnosticado no HSP em 1983. Desde o final dos anos 1990 o hospital dedica-se também ao tratamento da doença. Atualmente, a instituição mantém o Serviço de Atenção Terapêutica em HIV/Aids onde funcionam o ambulatório, o hospital-dia, a farmácia para dispensação de antirretrovirais e o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que oferece testagem de HIV, hepatites e outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). O Sanatório Partenon é referência estadual em ações e serviços de promoção e recuperação da saúde, com ênfase em tuberculose, HIV/AIDS, hepatite e doenças associadas, em âmbito ambulatorial e hospitalar.

Na área de Ensino e Pesquisa, o HSP desenvolve pesquisas com foco em estudos operacionais voltados para tuberculose e HIV/Aids, além de prestar consultoria técnica para profissionais de saúde e ser campo de estágio para estudantes de graduação e pós-graduação de várias instituições de ensino. Para os próximos anos existe a perspectiva do hospital aumentar o seu escopo de atuação, com qualificação de suas áreas de internação e ambulatoriais e abordagem de outras doenças de interesse sanitário.


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