Reflexo das enchentes, lixo ainda se acumula na foz do Dilúvio, em Porto Alegre

Reflexo das enchentes, lixo ainda se acumula na foz do Dilúvio, em Porto Alegre

DMLU garantiu que limpará local até o final da tarde desta quinta-feira

Felipe Faleiro

Plásticos e até um pedaço de cavalete da Prefeitura estavam hoje pela manhã na orla do Guaíba

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O lixo acumulado na foz do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, é um problema histórico. A quantidade de material acumulada nesta área da orla 2 do Guaíba, tanto trazida pelo principal curso d’água da Capital, quanto a que ultrapassa a ecobarreira montada na região do arroio, deixa a paisagem mais suja e espanta possíveis visitantes do espaço público. Afora moradores de rua e alguns transeuntes eventuais, são poucos os que se arriscam a permanecer no amplo local.

Após as históricas enchentes de setembro e outubro, a situação ficou ainda mais delicada, pois o avanço das águas deixou lixo espalhado nas margens, e que desde então, não foi limpo pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), segundo pessoas que transitam pelo local e não quiseram ser identificadas. Os itens são tão diversos quanto poluidores: garrafas plásticas, papéis e outros, misturam-se aos galhos e à matéria orgânica característica.

Há dragas do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) na região, porém, de acordo com o órgão, elas não estão ativas no momento em razão do nível do Guaíba, que, hoje, atingiu a marca de 1,98 metro na régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico. Na orla 2, atrás do Anfiteatro Pôr do Sol, grande parte da área alagável agora acumula estes entulhos sólidos. 

A dragagem do Dilúvio tem por objetivo retirar a areia da foz, acelerando o fluxo de água rumo ao Guaíba. Ainda conforme o Dmae, não há ali uma operação de limpeza, e parte do lixo que passa pela barreira artificial acaba indo para a margem. Também procurado, o DMLU afirmou que o trecho em questão da foz seria vistoriado e limpo ainda até o final da tarde de ontem, após a reportagem encaminhar informações sobre estes locais específicos ao órgão. 

Reconheceu ainda que os resíduos acumulam depois da subida do Guaíba, e que uma equipe fazia na quinta a limpeza da orla desde o banheiro público de pedra até a Fundação Iberê Camargo. “Este é um trabalho de rotina, feito diariamente em todo o trecho, e as equipes trabalham na limpeza e varrição durante todo o dia”, afirmou o DMLU.


Correio do Povo
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