Regiões descartam recursos contra a bandeira vermelha

Com o aumento do número de casos e a capacidade de atendimento hospitalar em situação crítica, os prefeitos presentes na assembleia extraordinária da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) optaram por não apresentar recurso contra a bandeira vermelha. “Foi uma decisão unânime de todos os presentes. A situação na região está crítica. A capacidade de atendimento hospitalar está preocupante”, afirmou o prefeito de Candelária e presidente da Amvarp, Paulo Butzge.

Durante a reunião, o médico infectologista e assessor técnico da entidade, Marcelo Carneiro, apresentou dados que colocam o Vale do Rio Pardo em terceiro lugar no Estado no aumento do número de casos. Na semana passada, a região estava na sexta posição. “A área que engloba Lajeado, que faz parte da macrorregião, aparece em primeiro lugar, piorando ainda mais a média. Das três piores posições, duas são da região dos Vales. É uma situação delicada para discutir um recurso. A capacidade de atendimento sempre foi um dos nossos principais argumentos para reverter as bandeiras, mas estamos no limite. Pela primeira vez na pandemia, chegamos a ficar sem leito de UTI em um dia esta semana”, disse o médico.

Também as regiões da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau) decidiram não apresentar pedido de reconsideração de bandeira vermelha. “Nós vamos intensificar a fiscalização no sentido de as pessoas respeitarem as determinações da área da saúde, a fim de evitar a disseminação da Covid-19”, declarou o presidente da Amau e prefeito de Ipiranga do Sul, Mario Luiz Ceron. O presidente da Amzop e prefeito de Constantina, Gerri Sawaris, considera que a situação na Zona de Produção não dá sustentação a pedido de reconsideração. A Associação dos Municípios do Alto Jacuí também não vai contestar a bandeira vermelha. E o secretário de Saúde de Ijuí, Marco Atkinson, revelou que a região optou por não fazer recurso, para que a população entenda a situação e tome maiores cuidados.

Já a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amense) recorreu da decisão do Estado. A Amense argumenta que há estabilidade no indicador de novas hospitalizações e melhora no percentual de ocupação de leitos de UTIs Covid. Também reforça que a região tem capacidade de receber pacientes de outras zonas e que houve aumento de 12 leitos de UTI. Santa Rosa também estrará com recurso argumentado que dos oito óbitos atribuídos à região, quatro não pertencem à Região 14 do Monitoramento do Processo de Distanciamento Controlado. A prefeitura citou que ocorreu melhora no indicador de internação por Covid-19 e ampliação de leitos de UTI para os infectados.

*Com informações dos correspondentes Agostinho Piovesan e Felipe Dorneles