Representante do consórcio Pulsa RS detalha projeto de revitalização do Cais Mauá

Sérgio Stein, representante do Consórcio Pulsa RS, que arrematou o Cais Mauá em leilão realizada no início do mês, deu mais detalhes do projeto de revitalização do espaço histórico em conversa com a imprensa na tarde desta segunda-feira. O consórcio é formado, até o momento, pelas empresas Credlar Empreendimentos Imobiliários LTDA, com sede em Praia Grande-SP, e Spar Participações e Desenvolvimento Imobiliário LTDA, de Porto Alegre, empresa na qual Stein faz parte. Ele contou ainda que o consórcio segue em etapa de estruturação e que o contrato será assinado depois que tiver a licitação e as documentações apresentadas forem homologadas.

De acordo com o Stein, que é arquiteto formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a principal premissa do projeto a ser executado no Cais Mauá é respeitar o patrimônio público. “A ideia é que seja uma intervenção urbana, e não apenas uma reforma. Precisamos propagar um sentimento de pertencimento quanto ao espaço, juntando a comunidade para fazer uma iniciativa plural”, contou.

Ele ressalta ainda que o projeto, que será realizado em parceria com um escritório da Suécia, o Mandaworks, abordará as melhores práticas sustentáveis. A empresa sediada em Estocolmo ajudará o consórcio Pulsa RS na concepção do projeto em si, a partir da ideia inicial divulgada pelo Governo do Estado. Este será o primeiro trabalho realizado pelo escritório europeu na América Latina. “A gente entende que existe uma oportunidade em Porto Alegre para vivenciar o Guaíba. O cais é um trecho que ainda falta para esta revitalização da orla. Somos um porto receptivo e os armazéns serão uma grande oportunidade para retomar o convívio no local”, prosseguiu.

Entre as novidades divulgadas pelo arquiteto, está a confirmação de o cais terá uma horta urbana, além de mecanismos para neutralizar a emissão de carbono. Além disso, em uma das imagens apresentadas por ele, o Muro da Mauá já seria retirada, dando lugar a ciclofaixa e um espaço arborizado entre a avenida Mauá e os armazéns. Questionado se será prevista a construção de prédios no Cais Mauá no projeto, Stein reforçou que, inicialmente, o consórcio não pensa na especulação imobiliária.

Além disso, ele apontou a intenção de dialogar futuramente com o Cais Embarcadero, que possui contrato até metade de 2026, para a manutenção das atividades. “A gente quer um espaço que tenha cultura, arte, entretenimento, lazer, gastronomia, inovação e educação. A proposta é de uma continuação do que já vem dando certo em Porto Alegre, como é o caso da orla. Pretendemos fazer um parque linear”, apontou.

Stein confirmou ainda que o consórcio Pulsa já possui marcas alinhadas para fazerem parte das atividades da concessão. São ao menos cinco empresas com acordos já encaminhados, mas com contratos de confidencialidade, podendo serem divulgados após a assinatura da concessão. “Estamos buscando parceiros nestas áreas para ajustar o projeto e entregar o melhor para que eles possam desenvolver suas atividades. Quando jovem e morava em Porto Alegre, nunca tive proximidade com o Guaíba. Hoje, tenho muito orgulho de assumir esta tarefa de revitalizar o cais. Para nós, o mais interessante é começar o mais rápido possível”, finalizou.

De acordo como a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões, a concessão está na segunda etapa, que prevê a homologação da licitação. Nela, ocorre a confirmação de que o certame atendeu as normas legais previstas no edital e que o consórcio está apto para a assinatura do contrato de concessão do Cais Mauá.