Resgate utiliza barcos para transportar pessoas em Estrela

Resgate utiliza barcos para transportar pessoas em Estrela

Pais também buscaram alunos na escola com as embarcações

Felipe Faleiro

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Desde a manhã desta terça-feira, voluntários utilizam barcos para transportar pessoas de uma parte a outra de Estrela via rua Tiradentes, em uma das partes mais baixas da área central do município. Hoje à tarde, o rio Taquari subiu para 28,62 metros, na segunda maior enchente da história da cidade, antes de estabilizar, por volta das 16h20. As embarcações, com capacidade máxima de duas ou três pessoas, foram a maneira para que pais pudessem, por exemplo, buscar alunos no final da tarde no Colégio Santo Antônio, após o final da aula. Amanhã, não haverá atendimentos no colégio, que é particular.

Entre eles, estava o secretário de Saúde de Estrela, Celso Kaplan, um dos que cuidava da logística. "Parece que estamos sem chão, principalmente porque há pessoas com as quais não temos comunicação. Mas, graças a Deus, todos os voluntários estão atuando para salvar vidas. Depois, vemos os danos e os problemas a mais que certamente teremos", comentou ele.

Dezenas de crianças foram removidas de um lado e transportadas pela correnteza por cerca de 150 metros, incluindo bebês, alguns em fase de amamentação, já que a escola atende cerca de 540 alunos do berçário até o Ensino Médio. "Estávamos agora à tarde com mais de 50 crianças na escola, ilhadas", contou a diretora da unidade de ensino, Claudia Argiles da Costa. "Os pais esperam e a gente entrega elas com toda a responsabilidade. Há pais que estão aguardando do outro lado", comentou Claudia. O administrador Misael Seidel buscou o filho Gabriel, 3 anos, enquanto a mãe da criança, a psicóloga Daiana Bueno, esperava na outra margem. 

"Passamos o dia angustiados. Levei meu filho para a aula normalmente de manhã cedo, ainda podíamos passar. Ali pelas 10h30, tentei atravessar para buscar ele e o acesso da BR 386 já havia bloqueado", comentou Seidel, com o filho no colo. "Jamais ninguém esperava esta situação. Se soubéssemos que aconteceria, nem traríamos ele para a aula", comentou o administrador, que precisou fazer uma volta de 30 quilômetros por Teutônia para chegar a Estrela novamente.


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