Restaurante Pampulhinha fecha, se despede dos tradicionais clientes e venderá cerca de 10 mil vinhos

Restaurante Pampulhinha fecha, se despede dos tradicionais clientes e venderá cerca de 10 mil vinhos

Local encerrou as atividades gastronômicas no dia 31 de janeiro de 2023 e, agora, comercializará a gigantesca adega

Correio do Povo

Cristina (E) e Kelly Pinheiro decidiram as suas carreiras profissionais, encerrar as atividades do restaurante Pampulhinha e vender a adega com aproximadamente 10 mil garrafas de vinho

publicidade

Após 52 anos encantando clientes com pratos deliciosos de frutos do mar em um ambiente acolhedor, o restaurante Pampulhinha fechou as portas no dia 31 de janeiro, quando entrou de férias coletivas e não mais abriu. Nesta semana, as filhas do fundador e chef de cozinha, Jaime Pinheiro, Cristina e Kelly Pinheiro servirão as últimas refeições no prédio da avenida Benjamin Constant, no bairro Floresta, em Porto Alegre, para celebrar a trajetória do restaurante com clientes especiais.

“Ele teve um grande sucesso no que se propôs. Ele ficou dois anos doente e a gente trazia ele para o restaurante para acompanhar e conversar com os clientes. Levamos até o fim. Mantivemos o sonho dele enquanto ele viveu. A minha irmã assumiu a cozinha e os clientes nem notavam a diferença, pois cozinha igual. Agora, resolvemos fechar o restaurante, pois cada uma tem a sua profissão”, revela a filha Kelly Pinheiro.

Restaurante Pampulhinha fechou em 31 de janeiro de 2023, depois de 52 anos de história em Porto Alegre - Foto: Ricardo Giusti

Com a morte de Jaime, em 20 de setembro de 2022, ela e a irmã Cristina optaram tocar as suas carreiras fora da cozinha do Pampulhinha. “É uma rotina muito pesada. A vida de cozinhar é muito densa para carregar. Como o sonho era dele, respeitamos, e, por isso, a gente quis finalizar com toda a dignidade e honra que ele merece. Queremos mostrar para as pessoas que o restaurante não está falindo. É só uma escolha. A maior honra é cuidar também da vida que ele nos deu”, destacou Cristina.

Até o final da semana cerca de 150 pessoas serão convidadas para a despedida dos pratos do restaurante que sempre for clientes. Apesar do fim da parte de refeições, a família seguirá com uma loja para vender os vinhos da adega de Jaime, uma das grandes paixões do chef.

“Escolhemos deixar a loja de vinhos aberta para vender até o final do estoque, que é grande. Aproximadamente, 10 mil garrafas. E ela chegou a ser pequena, pois ele comprava sem parar. O pai era apaixonado por vinhos. Deixamos aberta para clientes que gostam dos vinhos mais antigos. Quando encerra o estoque, fechamos tudo”, conclui Kelly.

Jaime veio para o Brasil em 1962, aos 17 anos, para encontrar dois irmãos mais velhos que tinham vindo para a América do Sul. Em 1971, montou o primeiro restaurante, que era pizzaria e bar chopp. Em 88, se “aventurou na cozinha”, teve boa resposta dos clientes e passou a inventar os pratos com frutos do mar que fizeram sucesso em Porto Alegre. Em 2001, reformou o prédio do antigo banco SulBrasileiro, na Benjamin Constant, 1791, criou uma adaga no cofre e ampliou o atendimento no local onde o restaurante funcionou até o último dia 31 de janeiro.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895