Rio dos Sinos registra boa qualidade da água pela primeira vez desde 2019

Pela primeira vez desde setembro de 2019, quando iniciou o Programa de Monitoramento Espacial da bacia do rio dos Sinos, realizado mensalmente, um ponto da porção 2, área mais densamente urbanizada da bacia, correspondente ao chamado Baixo Sinos, apresentou bom Índice de Qualidade da Água (IQA). Os dados foram divulgados pelo Consórcio Pró-Sinos nesta semana, e o relatório em questão é referente ao último mês de janeiro.

O ponto em questão fica no final da rua Pirelli Sul, bairro São Jorge, em Sapucaia do Sul, onde o IQA ficou em 70,7. Valores abaixo de 70 já são considerados águas de qualidade regular. Tal resultado é considerado relativamente comum em pontos da porção 1, próximos às nascentes do rio e com menor densidade populacional, mesmo em períodos de seca. O IQA é calculado a partir de nove parâmetros, entre eles pH, nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, turbidez e sólidos totais, em 24 pontos do Sinos.

Para fins de comparação, no município vizinho de Esteio, o índice aferido foi regular, sem valores muito diferentes dos já registrados em monitoramentos anteriores. “Merece atenção o resultado encontrado no ponto junto da ponte da avenida Presidente Vargas sobre o Arroio Sapucaia, que indica IQA 23,2, considerado muito ruim”, alerta o diretor-técnico do consórcio, Hener de Souza Nunes Júnior. Ele ainda afirma que causou surpresa a aferição positiva de Sapucaia do Sul.

Esta diferença na qualidade reflete os efeitos dos esgotos lançados pelos municípios, muitas vezes sem tratamento adequado, afirma o Pró-Sinos. O consórcio também aponta que o IQA apresenta uma análise genérica, mas “significativa”, das condições da água em determinado local. Hoje pela manhã, antes das precipitações, a régua de medição mantida pela Agência Nacional de Águas (ANA) em Campo Bom no rio dos Sinos registrou 1,99 metro no nível da água na manhã da sexta.

Já no Centro de São Leopoldo, a marca era de 97 centímetros. Na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, 74 centímetros na manhã desta sexta-feira. Já em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) foi de 3,10 metros, em queda sobre o dia anterior. No rio Gravataí, os níveis apresentaram oscilação, mas com tendência de queda. A régua do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, alcançou a marca de 1,81 metro no início da manhã.

Em Alvorada, a marcação da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan marcava 1,79 metro. Hoje, também prosseguia a retirada da montanha de lixo do leito do Gravataí e deposição do material no pátio da Prefeitura de Cachoeirinha. Conforme o engenheiro responsável pelos trabalhos, Pedro Sidou, da empresa FDM Engenharia, contratada para o serviço, já há mais material sólido se movimentando juntamente aos aguapés.

“A parte vegetal vai para a compostagem e o restante para a reciclagem ou aterro”, afirmou ele. No Guaíba, a régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, registou queda, anotando 51 centímetros. No trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, a marca alcançada foi de 23 centímetros. No terminal hidroviário da CatSul, em Guaíba, 50 centímetros.