Rio Grande lança programa para identificar vulnerabilidades entre os moradores
Prefeitura quer que ação vire política pública de monitoramento e acompanhamento das famílias
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A prefeitura de Rio Grande lançou o Programa Rede Família Rio-Grandina neste fim de semana, iniciativa que vinha sendo trabalhada há mais de um ano na cidade. “Estávamos trabalhando em um projeto piloto para testar a metodologia”, conta a Secretária Municipal de Saúde, Zelionara Branco. Ela confirma que um dos objetivos do programa é identificar por territórios as famílias em maior vulnerabilidade. “Estamos considerando além da extrema pobreza outros indicadores (saúde, assistência social, educação e segurança), que são também marcadores no processo de famílias prioritárias”, enfatiza.
No projeto piloto foi utilizado o Centro de Referência de Assistência Social (CARS) Lúcia Nader. “Dividimos por quatro zonas de CRAS, e este é o que tem mais incidência de famílias em vulnerabilidade, de acordo com os critérios que adotamos para o programa. Dos 2,4 mil de pobreza e extrema pobreza que residem neste território, 140 são famílias prioritárias por agruparem mais de três indicadores”, justifica.
O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) realizou o georreferenciamento e o tratamento de dados da pesquisa. A secretária confirma que a partir disso, a proposta é construir um índice de vulnerabilidade para Rio Grande, por meio de um indicador municipal. “Queremos ver se além de pobreza, tem alguém acamado, com deficiência ou tuberculose, ou seja, que precisam de cuidados, ou se existe a questão de evasão escolar na família, ou ainda crianças em abrigos que foram afastadas de casa”, exemplifica. Ela confirma que para cada núcleo familiar foi identificado o que é mais frágil. A maior concentração de famílias nesta situação está nos bairros São Miguel, São João e Proflurb, que englobam o Cras Lúcia Nader.
Zelionara conta que os próximos passos do Programa é finalizar a construção dos índices, pois por meio deles será possível indicar para instituições que fazem ações em prol da comunidade onde elas precisam atuar primeiro e quais são as famílias prioritárias. “Temos um instrumento para indicar isso. Além de fechar os índices, vamos mapear a sociedade civil e, para isto, já formamos questionários que serão aplicados em instituições, mesmo as informais. A ação visa identificar o que elas fazem e distribuir por mapas, onde se localizam e atuam”, enfatiza.
A Secretária garante que a Prefeitura não pretende mudar a localização do trabalho das pessoas, mas sim dar subsídios para que as ações ocorram e sejam mais efetivas, não havendo sobreposição e sim fortalecimento. Ela conta que uma das demandas encontradas é que a sociedade civil precisa conhecer melhor tudo o que é feito na cidade e fazer esta aproximação. “A ideia é atingir o maior número de famílias que precisam usar os recursos que se têm hoje. A Rede Família Rio-Grandina é um instrumento. A proposta da Prefeitura é que isto vire política pública de monitoramento e acompanhamento das famílias”, concluiu.