Rio Grande: prefeitura e secretário de Segurança do RS debatem estratégias para combate à violência

Rio Grande: prefeitura e secretário de Segurança do RS debatem estratégias para combate à violência

Cidade vem melhorando nos índices, mas avaliação é que trabalho precisa evoluir

Angélica Silveira

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O Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Rio Grande se reuniu nesta sexta-feira com o secretário Estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, o subchefe da polícia civil estadual Heraldo Guerreiro e o sub comandante da Brigada Militar Coronel Douglas Rosa. O encontro definiu novas estratégias para o combate à violência na cidade. Com a divulgação do anuário da violência do país, mês passado, onde Rio Grande ocupou a 24ª posição, as autoridades se reuniram e confirmaram que após o trabalho integrado os índices de violência estão melhorando na cidade. Segundo Caron, se comparados o primeiro semestre de 2022 e 2023, os crimes violentos letais intencionais caíram 57%, os homicídios dolosos passaram de 38 para 23, apresentando uma queda de 62%. 

Não foram registrados latrocínios na cidade, enquanto que no primeiro semestre do ano passado ocorreram dois casos. O roubo a pedestre também apresentou queda de 31% e o roubo de veículos houve o registro de 24 casos nos primeiros seis meses do ano passado e cinco no mesmo período deste ano, ou seja, redução de 79%. O prefeito Fábio Branco enfatizou a realidade do município a partir da atuação dos órgãos de segurança do estado.  “A publicação do anuário colocou Rio Grande com os dados do ano passado. Quem vive aqui sabe que o efeito do trabalho da Polícia Civil e Brigada Militar é importante. A notícia é efeito de 2022”, enfatiza. 

O Secretário Caron falou sobre o trabalho integrado entre as forças de segurança estaduais e o município. “Tem várias ações que o município vem fazendo que também impactam positivamente na redução de criminalidade. Viemos trabalhando com muita integração. Em 2022 a cidade enfrentou um aumento nos homicídios decorrentes de disputas entre grupos criminosos e desde lá começou uma ação integrada.  A importância da parceria que segue com Ministério Público e Poder Judiciário também são muito importantes nestas ações”, observou.  Ele enfatizou que os números de 2022 não espelham mais a realidade. “Fizemos questão de esclarecer tudo que se avançou. Toda a pressão operacional em 2022 com prisões em flagrante, mandados de prisão, operações, apreensão de armas e de drogas, todas aquelas ações que demos seguimento em 2023 tem o resultado expressivo”, opina.  

Caron admite que o trabalho ainda precisa evoluir. “A Polícia Civil, a Brigada Militar e a Secretaria de Segurança seguirão com todas as ações e todo o reforço e mesmo que os índices sigam reduzindo, não vamos reduzir o ritmo das ações”, garante. Algumas situações de caráter estratégico para efetividade estão sendo tratadas em sigilo, principalmente com o Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Federal e outras forças de segurança. “Tivemos a oportunidade que os representantes de todos os órgãos em Rio Grande pudessem colocar suas dificuldades e apresentar demandas que serão avaliados como o aumento no efetivo na Brigada Militar, e da Polícia Civil.  Vai ser ajustado o que mais de reforço pode ser mandado para cidade, seja ele permanente com lotação definitiva ou pontual como por exemplo para a investigação de homicídios e combate ao crime organizado”, exemplifica. 

Para ele, o crime organizado deve ser enfrentado com inteligência e investigação. Rosa   garantiu que a Brigada Militar está com o foco no Rio Grande. Desde dezembro de 21 a BM realiza operações contínuas na cidade. “Os  números comparativos são o resultado da união de esforços das esferas federal, estadual e municipal. As estratégias talvez agora tenham que ser mudadas”, pondera. Guerreiro garantiu que o trabalho de investigação da Polícia Civil é contínuo e permanente.  “Os resultados são significativos. Ainda não são os números que queremos, mas estamos na busca destes números com o trabalho contínuo. A especialização na investigação do crime do homicídio foi importante. Busca-se nestes inquéritos não só a descoberta do autor, mas também de quem foi responsável pelo mando daquele crime e responsabiliza todos na cadeia do crime”, finaliza.


Correio do Povo
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