Rodoviários de Canoas cancelam assembleia que poderia deliberar estado de greve

Rodoviários de Canoas cancelam assembleia que poderia deliberar estado de greve

Pagamentos dos trabalhadores que deveriam ter sido feitos no quinto dia útil, foram depositados somente nesta terça-feira

Fernanda Bassôa

A Prefeitura de Canoas repassou à empresa o valor de R$ 400 mil, destinado ao pagamento da folha dos rodoviários

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A assembleia dos trabalhadores do transporte rodoviário de Canoas que aconteceria nesta quarta-feira, e que poderia deflagrar um estado de greve ou mesmo um movimento paredista junto ao transporte público municipal, foi cancelada. De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Canoas (Sitrocan), Santo Valdeci Jora, diante do repasse feito pela Prefeitura à empresa responsável pelo serviço de transporte público municipal no final da tarde de terça-feira, os salários dos profissionais da empresa que estavam em atraso desde o último dia 5, foram colocados em dia. O sistema de transporte do Município conta com cerca de 400 rodoviários.

“O Sindicato vai seguir monitorando esta situação, pois a sequência de atrasos de pagamentos vem acontecendo desde a pandemia. Temos travado uma luta incessante, com rodadas de negociações entre o governo e empresa. Vamos continuar fiscalizando para garantir o pagamento dos trabalhadores no próximo mês, pois os profissionais do transporte têm família, despesas, muitos pagam pensão e aluguel. O salário do trabalhador é sagrado”, disse o secretário-geral do Sitrocan.

A Prefeitura de Canoas informou que fez o repasse de R$ 400 mil, ainda na terça-feira, destinado ao pagamento dos funcionários da Sogal. O depósito nas contas dos trabalhadores ocorreu ainda ontem. A destinação do valor foi definida pelo prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques. A Administração informou ainda que apesar da situação financeira do Município, o chefe do Executivo entende ser necessário a continuação do auxílio de forma integral a fim de evitar prejuízo aos usuários. O montante deve ser usado exclusivamente para a folha dos empregados da concessionária do transporte público.

A Prefeitura executava um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a empresa de transporte público Sogal, com um piso pré-estabelecido de R$ 400 mil mensais. Este TAC teve encerramento em dezembro do ano passado. A partir de então, o valor passou a ser calculado, com base nos quilômetros percorridos e outras variantes como gratuidades. O Município enfatiza que continuará com estudos para que o sistema de transporte coletivo continue em pleno funcionamento e sem danos aos usuários. A direção da empresa Sogal não foi encontrada para comentar sobre a situação.


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