Rolante registra 300 casas atingidas pela tempestade e 10 mil metros de lonas distribuídas para famílias

Rolante registra 300 casas atingidas pela tempestade e 10 mil metros de lonas distribuídas para famílias

Prefeito Rippel notifica RGE em razão de que população e serviços essenciais estão há mais de 24 horas sem energia elétrica

Fernanda Bassôa

A equipe de 30 bombeiros voluntários ainda atendeu 200 chamados, efetuando o corte de 130 árvores

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Cerca de 300 moradias de Rolante, no Vale do Paranhana, foram fortemente atingidas pela tempestade que chegou ao Estado entre terça e quarta-feira, acompanhada de rajadas de ventos que alcançou a velocidade de 90 km/hora causando destruição em diversos pontos da cidade. O coordenador da Defesa Civil do Município, Gustavo Rosa, informou que diante dos severos estragos a Administração repassou aos proprietários dos imóveis, de forma imediata, cerca de 10 mil metros de lonas para que reparassem temporariamente os danos.

“Nós da Defesa Civil, em parceria com os Bombeiros voluntários passamos a madrugada restabelecendo as ruas e desobstruindo acessos e locais de passagem. Teve muita queda de árvore e a ERS 239 ficou totalmente interditada até o Município de Taquara. Uma gestante entrou em trabalho de parto. Foi preciso abrir caminho para leva-la até o hospital. O trabalho foi feito da 1h até as 6h. Além disso, duas pessoas ficaram feridas. Uma senhora caiu e quebrou a bacia e um rapaz que tentava consertar o telhado, quebrou o pé.”

Segundo o coordenador, a cidade ainda contabiliza os estragos e há muitos bairros sem luz. Entre eles, o Centro, Contestado, Rio Branco e localidades do interior. A equipe de 30 bombeiros voluntários ainda atendeu 200 chamados, efetuando o corte de 130 árvores. O prefeito de Rolante, Pedro Rippel, encaminhou na manhã desta quinta-feira uma notificação à RGE pela demora no reestabelecimento da energia elétrica. “Estou expressando minha indignação pela falta de atendimento da RGE. Temos acompanhado o transtorno, mas eu vejo que é irresponsabilidade da empresa e falta de planejamento. Isso é um absurdo. Na quarta-feira nosso hospital ficou o dia todo sem energia, usando apenas o gerador para as pessoas que necessitavam de oxigênio na emergência.”

Segundo o prefeito, todos os serviços da Prefeitura estão parados por falta de eletricidade, assim como os estabelecimentos da área central. “É falta de planejamento. É preciso que eles atendam os casos prioritários. Temos cobrado isso e nada tem sido feito. É um descaso com o interesse público, a RGE tem que rever o sistema de trabalho e de gerenciamento. Isso não pode mais acontecer.” A notificação é para que a energia seja estabelecida em 1 hora. O não cumprimento, poderá ensejar em medidas administrativas e judiciais cabíveis.

A RGE informou, em nota, que o temporal que atingiu o RS afetou de forma intensa a área de concessão da empresa, com grande volume de chuva, descargas atmosféricas e fortes ventos, impactando o fornecimento de energia em diversos municípios. Os danos na rede elétrica foram provocados, principalmente, por galhos, árvores e objetos arremessados pelo vento. No pico do temporal, na madrugada de terça para quarta-feira, 714 mil clientes ficaram sem energia elétrica.

Com o trabalho das equipes da RGE, já foi possível normalizar o fornecimento para 404 mil clientes (56,5%). A empresa segue totalmente mobilizada e trabalha para restabelecer o fornecimento aos 310 mil clientes (dados desta quinta-feira) sem energia no menor prazo possível. As regiões mais afetadas são Metropolitana (199 mil), Vale do Taquari (27 mil), Central (33 mil), Vale do Rio Pardo (25 mil) e Vale do Sinos (11 mil).


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