RS teve o melhor índice do país em frequência escolar entre estudantes de 6 a 14 anos em 2022

RS teve o melhor índice do país em frequência escolar entre estudantes de 6 a 14 anos em 2022

Resultado foi publicado pelo IBGE nesta quarta-feira

Correio do Povo

Até o momento, 73 escolas estaduais foram ouvidas e indicam, ainda, necessidade de funcionários e equipe diretiva

publicidade

O Rio Grande do Sul teve o melhor resultado entre os estados brasileiros e Distrito Federal em relação à Taxa ajustada de frequência escolar líquida (Tafel) de pessoas entre 6 e 14 anos. O índice gaúcho foi de 96,9% de frequência em 2022, bem acima da Meta 2 do PNE, de 95%.

O número é ainda mais significativo quando se leva em conta que, em 2019, somente Roraima não havia atingido a Meta 2 do PNE. Mas que em 2022, 14 das 27 Unidades da Federação deixaram de cumprir essa meta: Roraima (91,1%); Mato Grosso (93,3%); Pernambuco (93,5%); Paraíba (93,7%); Rio de Janeiro (93,8%); Rondônia (93,8%);Tocantins (94,1%); Amazonas (94,2%); Paraná (94,3%); Goiás (94,3%); Bahia (94,3%); Espírito Santo (94,3%); Pará (94,5%); e Santa Catarina (94,8%).

Os dados integram a pesquisa "Síntese de Indicadores Sociais", publicada nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

De acordo com o estudo, a tendência de aumento do atraso escolar no início do ensino fundamental, após os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19, também foi observada a partir de dados do Censo Escolar da Educação Básica do INEP. 

A taxa de distorção idade-série do 1º ano do ensino fundamental mede a proporção de crianças com idade acima da esperada para essa série, ou seja, crianças com 7 anos de idade ou mais, cursando o 1º ano desse nível escolar. Nesse sentido, o indicador se refere ao atraso escolar de crianças de 7 anos ou mais, que não deveriam estar no 1ºano do ensino fundamental, mas no 2º ano ou acima, seja porque repetiram aquele ano, seja porque ingressaram no ensino fundamental com idade acima da esperada. 

Houve aumento na taxa de distorção idade-série do 1º ano do ensino fundamental de 2,8% para 4,0%, em todo o País, de 2019 para 2022. As Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores incrementos nessa distorção idade-série, atingindo, em 2022, 5,7%, 5,8% e 3,8% dos alunos no 1ºano do ensino fundamental, respectivamente. 

A piora no atraso escolar no 1º ano se deu em maior intensidade entre as crianças que estudavam na área urbana (de 2,6% para 3,9%) e nas escolas das redes privada (2,8% para 5,2%) e estadual (de 2,3% para 4,3%). Não houve aumento da taxa de distorção idade-série do 1º ano do ensino fundamental na área rural nem na rede.

Confira a posição do RS em outros índices da pesquisa 

Faixas de renda

Quanto a distribuição percentual da população total, segundo as classes de rendimento domiciliar per capita mensal, em salários mínimos, o estudo mostra que no Rio Grande do Sul, 44,1% da população vivia com menos de um salário mínimo por mês (faixa 1); 44,4% da população recebiam mais de um e menos que três salários  (faixa 2) e 11,6% viviam com mais de três salários mínimos por mês  (faixa 3). Apenas no RS e em Santa Catarina, a faixa 2 foi registrada como maior que a faixa 1. 

Contudo, a UF que se destaca pelos maiores rendimentos é o Distrito Federal, em que 22,6% da população recebeu rendimentos mensais de mais de 1 a 3 salários mínimos per capita. Já no Maranhão, em Alagoas, na Paraíba e no Amazonas, mais de 80% da população recebeu até 1 salário mínimo per capita, o dobro do percentual observado em Santa Catarina (39,9%) e no Distrito Federal (40,7%). 

De acordo com o documento, a análise por Unidades da Federação deixa explícita a grande desigualdade econômica no Brasil. Os mesmos índices, quando aplicados às regiões do Brasil, revelam que a região Sul (RS, PR e SC) tiveram o menor índice de pessoas que viviam com menos de um quarto de salário mínimo, cerca de R$1.320,00 por mês, apenas 4,3% da população. Para critério de comparação, na Região Norte, essa parcela corresponde a 17,3% da população e na Região Nordeste, a 20,6%. Nas Regiões Nordeste e Norte, 48,5% e 44,9% da população, respectivamente, viviam com até ½ salário mínimo de renda mensal, enquanto, na Região Sul, era somente 15,5%.

Os dados são referentes a 2022 e integram a Síntese de Indicadores Sociais (2023), publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. O levantamento consiste em uma análise  das condições de vida da população brasileira, com base em diversos dados sobre trabalho, renda, educação, segurança, entre outros aspectos.

Rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas de 14 anos ou mais de idade

O Rio Grande do Sul figura acima da média nacional em relação ao rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas de 14 anos ou mais de idade. Enquanto o rendimento médio do país ficou em  R$ 2.659,00, o RS obteve média de R$ 2.963, média 1,11% maior que a nacional. O estado gaúcho ficou em 6º lugar, atrás do DF, SP, Rj, SC e MS. A maior média deste índice foi aferida no DF, marcada em R$ 4.403,00, valor quase 1,5 vezes maior que o aferido no RS.  

O índice leva em conta o rendimento médio de todos os trabalhos desempenhados em cada UF. 

Taxa composta de subutilização da força de trabalho

O RS também apresentou bons números em relação à “ Taxa composta de subutilização da força de trabalho”, um índice que mostra, de acordo com o estudo, a “heterogeneidade entre as distintas Regiões do País”. O RS obteve números melhores que a média nacional, já que cerca de 13% da mão de obra daqui foi subutilizada, enquanto a média nacional ficou em 22%. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895