Ruas de Eldorado do Sul completam 13 dias com água acumulada

Ruas de Eldorado do Sul completam 13 dias com água acumulada

No município vizinho de Guaíba, situação não é diferente, com vias ainda alagadas

Felipe Faleiro

Rua Z, no bairro Cidade Verde, em Eldorado do Sul, acumula água desde o começo de setembro

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Diversos locais de municípios na Região Metropolitana seguem embaixo d’água desde o último dia 7, dizem moradores, a exemplo das ruas Z, bairro Cidade Verde, em Eldorado do Sul, e 3, no Ipê, em Guaíba. Mesmo que o sol tenha aparecido e as temperaturas foram apenas, o rio Jacuí e o Guaíba custam a baixar, fazendo com que os habitantes destas áreas mantenham eletrodomésticos e móveis acima do nível do solo.

Em Eldorado, o drama ocorre também no bairro Vila da Paz, já que tanto este quanto o Cidade Verde ficam em um nível mais baixo em relação aos demais, ilhando famílias. O funcionário público Moacir Paulo de Borba mora há 30 anos nesta região, e desde o início de setembro, mantém tijolos como calços da mesa, armários, entre outros. Embora a água tenha deixado o interior de sua residência, no pátio e na frente ela ainda consta. “É muito estressante, e triste. Subiu aqui uns 50 centímetros a água. Na pressa foi que subimos as coisas, eu e o marido da minha filha. Agora é esperar baixar”, disse ele. A pia e a estante foram perdidas na enchente.

A Defesa Civil Municipal afirma que já disponibilizou mil paletes aos moradores de Eldorado do Sul, número que poderá chegar a 1,3 mil, afirmou o coordenador do órgão público, João Ferreira. “Nossa cidade está a mercê das cheias. O lençol freático é muito baixo em relação ao rio Jacuí, cerca de um metro de diferença. Toda esta água que desce do rio Taquari, por exemplo, acaba chegando e entrando aqui, porque somos o último município do Jacuí”, comentou ele. Conforme Ferreira, desde o dia 6, há um abrigo montado no Ginásio Municipal, que ainda não foi desmobilizado. 

Nos primeiros dias, três famílias foram recolhidas, número que aumentou hoje para 12, correspondendo a 42 pessoas. Além destas, há ainda 35 famílias abrigadas em residências em parentes. A grande maioria dos desalojados foi do Cidade Verde, e uma pequena porção do Itaí. O recolhimento de lixo também está sendo feito com o apoio de retroescavadeiras. A Picada é outro bairro em que há auxílios aos moradores com tijolos e outros materiais provisórios para auxiliar na reconstrução.

Já em Guaíba, o Ipê é ainda o bairro mais vulnerável às cheias, seguido de pontos da orla e do Pedras Brancas. Por ora, não houve mais riscos, porém os moradores deste primeiro, em uma área de grande vulnerabilidade social, afirmam que os banhados da região têm apresentado comportamento de subida e descida há alguns dias, o que impede a retomada das atividades normais. Enquanto isso, a régua de medição da CatSul no terminal na área central do município se manteve estável, marcando 2,22 metros no começo da tarde desta quarta-feira, abaixo dos 2,40 metros de terça.


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