Ruas e avenidas com pouca sinalização preocupam pedestres e motoristas em Porto Alegre

Ruas e avenidas com pouca sinalização preocupam pedestres e motoristas em Porto Alegre

Pintura de diversas vias está apagada, prejudicando a circulação na área urbana

Felipe Faleiro

Veículo da EPTC passa na avenida Mauá em trecho onde pintura da faixa é quase invisível

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Proliferam em Porto Alegre pontos onde a sinalização horizontal é precária nas ruas, seja pelo trânsito de veículos ou pelos remendos inseridos no asfalto. O fato é que, nestes lugares, é difícil visualizar onde há faixas de segurança para atravessar ou marcadores de velocidade para seguir de automóvel, e muitos pedestres e motoristas acabam deduzindo as linhas de tráfego. O problema não é exclusivo de determinado bairro, mas acontece em diversos locais, prejudicando o fluxo habitual.

Na rua Caldas Júnior, esquina com Siqueira Campos, no Centro Histórico, o estagiário Felipe Balbuena relatou dificuldades em enxergar a faixa de segurança que pouco é visível no asfalto. “Tem que melhorar muito isto aqui. A sinalização é ruim para quem caminha e também para os ciclistas. Acontece que os motoristas acabam ainda não respeitando”, reclamou ele, morador do bairro Vila João Pessoa, enquanto se dirigia para o trabalho.

O taxista Alexandre Ramos dos Santos vê problemas nas pinturas das faixas de rolamento da rua José do Patrocínio, próxima da República, um dos principais pontos de circulação do bairro Cidade Baixa. Ali, é difícil ver as setas pintadas no asfalto indicando o sentido de tráfego. “Faz tempo que está assim. Acho que precisava a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) ter mais cuidado, já que eles vêm somente uma vez por ano”, argumentou ele. A área destinada ao ponto de táxi, porém, estava bem demarcada, ainda que com a tinta apagada.

Em outro local, no bairro Moinhos de Vento, a esquina das ruas Dr. Timóteo e 24 de Outubro tinha problemas na sinalização do limite de velocidade de 40 quilômetros por hora, algo também visível na avenida Mauá, também no Centro Histórico, onde a limitação é 60 quilômetros por hora. “Às vezes acontecem alguns acidentes aqui, geralmente pequenas batidas, e, com certeza, têm a ver com a pintura das faixas”, comenta o porteiro Luiz Augusto Miranda, que trabalha em uma ótica do entorno.

Na avenida Farrapos, próxima à Ramiro Barcelos, no Floresta, os marcadores de faixa, tanto para o fluxo de veículos, quanto faixas de segurança em si, estavam com visibilidade reduzida, frustrando o mecânico Fabiano Soares, que mora na Ilha Grande dos Marinheiros e trabalha em uma oficina próxima. “Não é feita repintura aqui, e quando fazem, não é suficiente. Também o corredor de ônibus fica difícil de ver”, comenta ele.

Em duas esquinas da Bento Martins, com a Washington Luiz e a Demétrio Ribeiro, ambas no Centro Histórico, do mesmo jeito, inclusive os sinais de pare estão quase invisíveis em meio às diferentes camadas de asfalto, oferecendo riscos aos pedestres e condutores dos automóveis. “Tem muita gente trabalhando na Prefeitura e acho que este é um dos grandes problemas da cidade. É preciso fiscalizar mais e providenciar uma melhoria. Não existe manutenção”, criticou o administrador Varlei Disiuta, que vive ali próximo.

Procurada, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), por meio da EPTC, disse que realiza um trabalho conjunto com a pasta de Serviços Urbanos (SMSUrb), “tendo em vista que em alguns pontos, antes da sinalização é necessária a melhoria da pavimentação”. Informou também que, quando é necessário apenas o reforço da sinalização para garantir a segurança viária, “a manutenção entra na programação dos setores de planejamento e de execução”. Até o final do ano, a SMMU disse que prevê promover as melhorias nos pontos descritos na reportagem.


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