São Camilo também apura se alunos ficaram nus em partida de vôlei

Um vídeo que circula pelas redes sociais indica que estudantes de Medicina do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, também ficaram parcialmente nus durante uma competição esportiva universitária realizada em São Carlos, interior de São Paulo, em abril. No mesmo evento, em uma partida de vôlei feminino entre estudantes de Medicina dessa instituição e da Universidade Santo Amaro (Unisa), alunos da Unisa ficaram nus e simularam masturbação. Na segunda-feira, a Unisa anunciou a expulsão de todos os universitários identificados.

Na noite de terça-feira, o Centro Universitário São Camilo divulgou uma nota em que informa que tomou conhecimento do vídeo que mostra os atos obscenos dos estudantes no fim da tarde de segunda-feira e que está avaliando a hipótese de aplicar "medida disciplinar baseada no seu Regimento Interno".

A instituição afirma ainda que está tratando o assunto com foco em medidas socioeducativas e cita três delas: a "intensificação da conscientização dos alunos de todos os cursos sobre conduta ética dentro e fora da instituição", o "trabalho específico com os times que representam o Centro Universitário São Camilo durante os treinamentos das equipes" e a "elaboração de um Código de Conduta das Atléticas, que será feito com representante de todas as organizações esportivas estudantis da instituição, para que seja lido antes das partidas e se caracterize como termo de responsabilidade dos alunos sobre suas atitudes".

"Reforçamos nosso compromisso com o respeito a todo tipo de vida humana e entendemos que mesmo na alegria da juventude há limite entre as comemorações pelas vitórias e a conduta ética", conclui a nota divulgada pelo Centro Universitário São Camilo.

Crime de ato obsceno

Os gestos praticados pelos alunos do curso de Medicina, tanto da Unisa quanto do Centro Universitário São Camilo, podem ser tipificados como crime de ato obsceno - manifestação de cunho sexual em local público ou aberto ao público, capaz de ofender o pudor médio da sociedade -, conforme o artigo 233 do Código Penal. O crime é punido com detenção de três meses a um ano, ou multa.

Na terça-feira, após a Unisa divulgar a decisão de expulsar os alunos identificados no vídeo, o ministro da Educação, Camilo Santana, classificou o episódio como "repugnante". "É inaceitável esse comportamento de um jovem, principalmente dentro de uma universidade, que se pretende ser um médico, cuidar das pessoas. Não só repudiamos, como consideramos um fato inaceitável. Logo que tomei conhecimento, determinei que o MEC tomasse todas medidas cabíveis", disse Santana, que também afirmou ter recebido telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre o tema.

O ministro notificou a universidade. "Não só é importante a expulsão dos alunos, mas também que possam responder legalmente aos fatos ocorridos."