São Leopoldo decreta situação de calamidade pública e estima mais de 100 mil pessoas afetadas pela cheia

São Leopoldo decreta situação de calamidade pública e estima mais de 100 mil pessoas afetadas pela cheia

Cerca de 4 mil pessoas já estão acolhidas nos pontos disponibilizados pelo Município; momento é de extremo alerta e muita preocupação

Fernanda Bassôa

A preocupação é com o risco de colapso da ponte sobre o Rio dos Sinos na BR 116; trecho está interditado

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O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi decretou situação de calamidade pública, diante da elevação do Rio dos Sinos, que registrou neste sábado a marca de 8m07cm, e com rompimento em trecho do dique junto à Casa de Bombas do Arroio João Correa, alagando bairros Vicentina, São Miguel e Paim. O alerta vinha sendo comunicado à população diante das elevações das águas e do transbordamento das bacias do Rio dos Sinos pelo volume de chuvas que atingiu a região na última semana.

A madrugada inteira foi de resgate pelas equipes e os trabalhos seguem intensos e em locais cada vez de acesso mais difícil. O Comitê de Crise criado pelo prefeito Ary Vanazzi estima que cerca de 100 mil pessoas estão fora de suas casas nas Regiões Nordeste, Norte e Oeste. Os pontos mais atingidos com alagamentos de ruas e avenidas são os bairros Santos Dumont, Campina, Vicentina, Vila Brás, São Geraldo, Feitoria, Jardim Fênix, entre outros. Ao menos 4 mil pessoas estão abrigadas em seis locais disponibilizados pelo Município.

Durante a tarde de sexta-feira houve o transbordo do dique do arroio Cerquinha, uma vez que a Casa de Bombas, teve que ser desligada por segurança dos servidores do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), o que acelerou o alagamento no Jardim Fênix. Na noite de sexta-feira, o dique do arroio Gauchinho na Vila Brás, divisa com a Casa de Bombas da Santos Dumont, não suportou o grande acumulo de água e também transbordou, devido ao desligamento da Casa de Bombas do município de Novo Hamburgo, que entrou em colapso.

Com a elevação do Rio dos Sinos, o Comitê de Crise decidiu fechar a Ponte 25 de Julho, no Centro, e posteriormente a Ponte da avenida Mauá nos dois sentidos. O DNIT e a PRF também fecharam a Ponte sobre o Rio dos Sinos na BR-116. As famílias foram removidas para o Ginásio Municipal Celso Morbach e outros abrigos das Regiões Norte, Nordeste e Oeste. Com a previsibilidade de transbordo do Rio dos Sinos no Centro da cidade, o prefeito Ary Vanazzi determinou que as pessoas abrigadas no Ginásio Municipal e também em abrigos das Regiões Norte e Nordeste fossem levadas para o Centro de Eventos no bairro São Borja. Na manhã deste sábado, a prefeitura articulou a abertura de novos centros de acolhimento: no Câmpus da Unisinos e Sindicato dos Metalúrgicos.

O último dos quatro acessos sobre o Rio dos Sinos, por medida de segurança precisou ser bloqueado pela Guarda Civil Municipal e teve o trânsito interrompido em ambos os sentidos. A ponte Henrique Roessler, ao lado do Ginásio Municipal Celso Morbach, que liga o Centro a Região Nordeste e cidades como Novo Hamburgo, foi bloqueada pelo alagamento na rua Doutor Hillebrand e por conta do elevado nível do Rio dos Sinos no momento. As pontes da BR 116 e da Hillebrand estão permitidas apenas para veículos de emergência e resgate.

“As pontes estão todas bloqueadas e a cidade está há dois dias sem abastecimento de agua porque tivemos que desligar o sistema de captação. Estão sendo abastecidos o hospital, a UPA e os locais onde há pessoas abrigadas pelo Município. Estamos prevendo de 10 a 12 dias para a retomada do abastecimento normal na cidade.” Vanazzi diz que a equipe terá um logo período para se recuperar da grande enchente. As aulas na rede municipal e nas escolas conveniadas estão suspensas até prévio aviso da retomada.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895