Saiba quais são as regiões de Porto Alegre que mais registraram alagamentos

Saiba quais são as regiões de Porto Alegre que mais registraram alagamentos

Professor da Ufrgs e Dmae apontam quais os principais bairros com registros de inundações na capital

Rodrigo Thiel

Levantamento do Dmae aponta as regiões de Porto Alegre com maiores registros de alagamentos em 2023

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Com a previsão de uma nova chuva intensa podendo começar nas próximas horas, ocorre novamente o risco de que parte de Porto Alegre fique alagada, preocupando moradores e autoridades. Conforme o professor Fernando Dornelles, do Instituto de Pesquisas Hídricas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), algumas regiões de Porto Alegre possuem características mais suscetíveis a registrarem inundações.

Ele cita como alguns exemplos o leito de arroios canalizados, locais onde originalmente a água já tinha seu curso, mas com a urbanização, as vazões foram ampliadas devido à impermeabilização do solo. Desta forma, os locais recebem as vazões que superam a capacidade de escoamento da rede e inundam áreas próximas. Entre estes exemplos, estão as avenidas Nilópolis/Neuza Brizola, com o arroio São Vicente, Assis Brasil nas esquinas com Emílio Lúcio Esteves e São Gonçalo, com o arroio da Areia, na ponte da rua Zeferino Dias, sobre o arroio do Passo das Pedras, e na rua Álvaro Chaves, onde ocorre um problema de fechamento das tampas de inspeção do Conduto Forçado Álvaro Chaves, conforme Dornelles.

Além disso, ele cita as regiões baixas e planas como pontos suscetíveis a alagamentos. Nestas regiões, a declividade e o acúmulo de lixo reduz a capacidade de escoamento da rede, necessitando do auxílio das casas de bomba de água pluvial. Entre estes exemplos estão os bairros Menino Deus, São Geraldo, Humaitá, Sarandi, Cidade Baixa e Praia de Belas.

De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), as regiões onde mais foram registradas inundações em 2023 foram na zona Norte, na área que compreende os bairros Humaitá, Anchieta, Farrapos e Navegantes, além de pontos no entorno das avenidas Sertório e Assis Brasil, próximo aos bairros São João e Passo d’Areia. Já na região Central da capital, o ponto com mais registros de alagamentos é no quadrilátero formado pela Cidade Baixa, Praia de Belas, Menino Deus e parte do Centro Histórico.

A autarquia cita ainda que, somente no último ano, foram realizados 504 serviços no Sistema de Proteção Contra Cheias, sendo 361 de forma preventiva e outros 143 trabalhos corretivos, além do investimento de mais de R$ 200 mil na reforma dos portões 12 e 14. Segundo o Dmae, apenas em 2023, foram aplicados mais de R$ 11 milhões em obras de drenagem pluvial urbana, sendo oito na zona Norte, uma na zona Sul e outra no Centro Histórico.


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