Santa Casa de Rio Grande começa a lidar com plasma sanguíneo no tratamento da Covid-19

Santa Casa de Rio Grande começa a lidar com plasma sanguíneo no tratamento da Covid-19

Tratamento é experimental

Angélica Silveira

Desde o início deste mês, o hospital está apto a implementar este tratamento

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A Santa Casa de Rio Grande começou nesta semana a lidar com plasma sanguíneo convalescente como alternativa para o tratamento de pessoas com coronavírus. Este material é a parte liquida do sangue e já foi uma estratégia utilizada em outras pandemias como a gripe espanhola e o ebola, que deu resultados positivos em pessoas contaminadas.

Com cenário incerto do coronavírus, pesquisadores ao redor do mundo iniciaram suas pesquisas embasadas em diretrizes oficiais para verificar a eficácia da utilização de plasma em pacientes com quadro grave de Covid-19. Há alguns meses, a administração da Santa Casa, juntamente com o diretor técnico Evandro Augusto Oss, a hematologista Aline Kosinski e o responsável pelo banco de sangue do hospital, Frederico Boffo, estiveram em tratativas para a implementação do procedimento em tratamento de pacientes graves infectados pelo vírus. Foi elaborado um projeto, feita a procura de doadores e alguns plasmas passaram por análise.

Desde o início deste mês, o hospital está apto a implementar este tratamento. “Não há uma total segurança da eficácia, mas tem sido um projeto científico que demonstra bons resultados no mundo inteiro e uma forma alternativa de tentarmos conduzir a situação e garantir a saúde dos pacientes”, pontua o diretor técnico.

O tratamento com o plasma é experimental. Ele é feito de maneira passiva, ou seja, é realizada uma transfusão de um anticorpo de um paciente curado do Covid-19 para um paciente que está no início do agravamento do quadro grave da doença. Para doar o paciente tem que ter um alto nível de anticorpos circulantes. Antes da doação, ele faz o teste para ver se tem quantidade suficiente de anticorpos (IGG).

O doador passa pelos exames de praxe de uma doação de sangue normal, sendo necessário estar em perfeitas condições de saúde. Ele precisa ser do sexo masculino, com idade entre 18 e 60 anos, que tenha se recuperado da Covid-19 há mais de 30 dias, com a comprovação da eliminação do vírus, que estejam produzindo anticorpos que se enquadrem no perfil de um doador de sangue.

Após a análise dos resultados apresentados no teste e a aprovação, o doador deve realizar agendamento no banco de sangue pelos telefones (53) 3036-8832 ou (53) 3036-8833 para realizar a coleta e passar por outros testes para outras doenças e exigências preestabelecidas pelo local. Feita a coleta é realizada a separação do plasma e posteriormente classificação dos pacientes aptos a receber a transfusão.


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