Santa Cruz do Sul decide não entrar com recurso contra a bandeira preta

Santa Cruz do Sul decide não entrar com recurso contra a bandeira preta

Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins, informou que inclusive as entidades que representam lojistas e empresários concordam que o momento é de cautela.

Otto Tesche

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O Comitê Gestor de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus (COE) de Santa Cruz do Sul decidiu neste sábado, por unanimidade dos integrantes, aderir à classificação para a bandeira preta e não entrar com recurso. Desta forma, conforme decreto do governo do Estado, todas as atividades de atendimento ao público estão vedadas no período entre as 22h e 5h. A classificação para bandeira preta passa a valer a partir de terça-feira.

A prefeita Helena Hermany convocou os integrantes do COE tão logo o governo do Estado divulgou nessa sexta-feira que Santa Cruz do Sul passaria da bandeira vermelha para a preta, no sistema de distanciamento controlado. A reunião na manhã deste sábado ocorreu no Salão Nobre do Palacinho da Praça da Bandeira. 

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins, informou que inclusive as entidades que representam lojistas e empresários concordam que o momento é de cautela. “As entidades empresariais disseram que apoiariam a decisão do governo”, afirmou. No encerramento do encontro, a prefeita Helena avaliou a decisão. “Estamos sendo prudentes. Entendo que até agora fomos bastante tolerantes, fazendo várias concessões a pedido da comunidade. Agora chegou a hora de todos colaborarem para não comprometermos a saúde da nossa população”, disse.

Inicialmente, na reunião deste sábado, Helena avaliou a decisão do governo do Estado. “Se o Estado determinou isso, temos que aceitar e respeitar, porque a decisão tem embasamento técnico e demonstra que realmente o momento é muito crítico e precisamos ter muita cautela”, afirmou. Os números comprovam isso. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, nos últimos dias houve um aumento significativo de atendimentos no Ambulatório de Campanha. “Até uma semana atrás, tínhamos uma média de 14 a 20 atendimentos por dia. Agora este índice se elevou para quase 90 pessoas por dia, que buscam o Ambulatório por problemas respiratórios”, relatou.

Outro problema que gera preocupação no município refere-se aos leitos disponíveis nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Segundo Daniela, que esteve reunida com diretores do Hospital Santa Cruz e Ana Nery na manhã deste sábado, até essa sexta-feira havia poucas vagas de UTI à disposição. No Ana Nery estavam 100% ocupados, restando apenas três vagas no Hospital Santa Cruz.

Com relação às perspectivas para os próximos dias, na avaliação dos técnicos em saúde, também não são nada otimistas. De acordo com eles, os efeitos do período pós carnaval podem surgir na próxima semana. “Se hoje temos um cenário muito negativo, nos próximos dias poderemos ter um colapso, se a população não colaborar”, alertou Daniela.

Para evitar que a situação fique ainda pior, a prefeita Helena Hermany disse que será tomada uma série de medidas. “Primeiro precisamos fazer um trabalho muito forte, para conscientizar a população sobre a importância dos cuidados de higiene e de se evitar aglomerações”, enfatizou ela.

Posição de entidades lojistas

Devido à classificação para a bandeira preta, as aulas nas escolas de educação infantil estão suspensas, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira. De acordo com o secretário de Educação, João Miguel Wenzel, o período de matrículas, que ocorreria entre os dias 22 e 26, também está suspenso e um novo edital será publicado.

 

Correio do Povo
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